O cooperativismo não deixa ninguém para trás
Márcio Lopes de Freitas, presidente do Sistema OCB.
O cooperativismo é forte! É um movimento global de transformação social e de realização de sonhos. Mundialmente, dia após dia, mais e mais pessoas reconhecem a importância da cooperação e aderem a esse jeito mais humanizado de gerar emprego, renda e inclusão socioeconômica. E essa experiência de cooperação já está presente em mais de 100 países, congregando mais de um bilhão de pessoas. São homens e mulheres que não medem esforços para prestar o melhor serviço ou produzir o melhor alimento.
E o resultado de toda essa dedicação não poderia ser outro: já somos reconhecidos como um modelo de sucesso econômico ao redor do mundo e um dos grandes indicadores é a empregabilidade: juntas, as cooperativas geram mais de 250 milhões de empregos diretos. Ah, e vale destacar que, se todas as cooperativas do planeta fossem um país, ocupariam a nona posição do ranking das nações mais ricas, segundo nos informa a Aliança Cooperativa Internacional (ACI).
Essa expressividade prova que as cooperativas são competitivas, qualificadas e preparadas para disputar qualquer mercado ao redor do globo. Elas são verdadeiros instrumentos de desenvolvimento socioeconômico, cooperando para a redução da pobreza, para a preservação do meio ambiente e com a diminuição das desigualdades de gênero, já que valorizam a diversidade e a capacidade produtiva de seus cooperados. E é por isso que, todos os anos, o Brasil se junta a outras nações, no primeiro sábado do mês de julho, para celebrar o Dia Internacional do Cooperativismo, uma data para comemorar e reconhecer a contribuição protagonista do nosso movimento para um desenvolvimento global e sustentável.
E por falar em sustentabilidade, aqui no Brasil, nossas cooperativas têm buscado implementar diariamente as melhores práticas de gestão e de governança, cientes da importância de se fazer, diariamente, uma avaliação de seus processos internos e propor melhorias, ponto fundamental para se promover um crescimento. Só assim será possível encontrar as soluções mais inovadoras para os desafios do dia-a-dia e obter resultados cada vez mais expressivos.
Esse olhar cuidadoso se reflete em números expressivos. Os brasileiros cooperados já ultrapassam os 13,2 milhões, e estão vinculados às mais de 6,6 mil cooperativas filiadas à Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). Além disso, só no Brasil, são gerados cerca de 380 mil empregos diretos.
E é por tudo que celebramos o Dia Internacional do Cooperativismo, criado pela ACI, da qual o Brasil faz parte. O tema da celebração deste ano é “Cooperativas garantem que ninguém fique para trás”. Ora, não poderia haver mensagem mais pertinente, pois ela evidencia que as empresas cooperativistas têm uma proposta, um modelo de negócios que é realmente inclusivo, baseado na formação de redes que vão além do quadro social e dos cooperados, ou seja, que se expandem para contemplar suas comunidades de uma forma efetiva.
É por isso que estamos envolvendo a sociedade na celebração de algo vital para o cooperativismo: o cuidado não só com o cooperado, mas com aqueles que vivem à sua volta. Aqui no Brasil, a comemoração ganhou um significado ainda mais especial em 2015, quando decidimos celebrar, também nessa data, os resultados do Dia de Cooperar, mais conhecido como Dia C, uma iniciativa desenvolvida pelas cooperativas brasileiras.
O Dia C é um dos diferenciais do cooperativismo nacional. É um programa que estimula as cooperativas brasileiras a se engajarem em causas socioambientais, pautadas na ética, nos valores do cooperativismo e com ampla repercussão transformadora. E os resultados do Dia de Cooperar foram além das nossas fronteiras. Hoje, o cooperativismo é reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) como um dos instrumentos capazes de contribuir verdadeiramente com aqueles que lutam para reduzir as desigualdades sociais e proteger o meio ambiente.
Aliás, recentemente, em visita ao Brasil a convite do Sistema OCB, o diretor social da ONU, Maxwell Haywood, uma autoridade no assunto, afirmou que as cooperativas não só podem levar a humanidade para um lugar melhor como já estão fazendo isso. Para ele, somos aliados naturais na construção de um mundo mais justo.E de fato estamos fazendo isso. Afinal, os princípios e valores do cooperativismo estão intimamente alinhados ao que a ONU priorizou quando estabeleceu os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, os chamados ODS.
É por isso que, nós, cooperativistas, trabalhamos para exercer a importante função de multiplicadores da mensagem de que precisamos sempre manter um olhar voltado para a cuidado com as pessoas, o meio ambiente e a sustentabilidade dos negócios. Afinal, quem vive o cooperativismo, tem a certeza de que, juntos, somos mais fortes e podemos ir mais longe... sem deixar ninguém para trás!