Ocergs promove seminários no Oeste do RS

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O Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Rio Grande do Sul (Ocergs) promoveu, nos dias 8, 9 e 10 de junho, os Seminários de Alternativas Produtivas das Cooperativas do Estado do Rio Grande do Sul. Gratuitos e abertos ao público, os eventos foram realizados nos municípios de São Luiz Gonzaga, Santa Rosa e Frederico Westphalen, contando com a participação de 43 cooperativas, mais de 40 municípios e cerca de 250 pessoas.

O motivo dos encontros foi a apresentação do relatório de um estudo de avaliação de alternativas produtivas e fomento econômico e social às atividades de cooperativas agropecuárias e agroindustriais nas regiões das Missões, Noroeste, Fronteira Oeste e Vale do Jaguari. A pesquisa foi motivada pela alta incidência da estiagem no território gaúcho, um fator fundamental na definição do desempenho da economia na região Oeste do RS.

A produção e produtividade do setor primário sofrem o impacto direto da estiagem, refletido imediatamente nos demais setores da atividade econômica. A seca, porém, é um evento aleatório e exógeno que não pode ser extinto, mas cujos efeitos podem ser minimizados. “Pretendemos atingir as cooperativas de todas a matizes e graus, a sociedade, as universidades, o poder público e todos os que querem uma região melhor. Vamos crescer juntos e em família, isso é cooperativismo”, declarou o presidente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, Vergilio Perius, explicando os objetivos dos Seminários.

Contratado pelo Serviço Nacional de Aprenizagem do Cooperativismo do Estado do Rio Grande do Sul (Sescoop/RS) e realizado pela Universidade Regional Integrada (URI), com a coordenação dos professores Carlos Lopes e Vitor Reisdorfer, o estudo englobou 119 municípios, 55 cooperativas, 169 mil propriedades rurais e uma área de 95,9 km² (36% da área do Rio Grande do Sul). Neste contexto geográfico estão inseridos 1,7 milhões de gaúchos, que correspondem a 16% da população do estado.

Diante disso, o trabalho recomenda ações dos pontos de vista político e técnico, cuja continuidade se dará com o desenvolvimento de um modelo alternativo de fomento, além da elaboração de estimativa de montante de recursos a serem aplicados; indicação e recomendação de diretrizes para estudos de implantação de projetos pilotos que contemplem parâmetros de viabilidade técnica, econômica, legal e ambiental; e um sistema de gestão para os dois projetos sugeridos.

Para elaborar o estudo, os pesquisadores levantaram e analisaram as principais pesquisas e projetos feitos nos últimos cinco anos. Também levaram em conta as linhas de fomento já existentes e pesquisaram a demanda reprimida de crédito para investimento, custeio e comercialização das alternativas produtivas, tudo isso de acordo com o perfil econômico e social regional, os princípios básicos de atuação e as concepções econômico-financeiras e mercadológicas. Com base nestes fatores, foram definidas duas alternativas produtivas com maior impacto sobre a economia regional: a de leite e derivados; e a de matérias-primas para produção de biocombustíveis (grãos para biodiesel e cana-de-açúcar).

Leite e derivados

De acordo com o professor Carlos Lopes, as tendências mundiais com relação à produção do leite estão alterando o posicionamento das nações “Algumas estão ocupando o espaço de produtoras, outras apenas de consumidoras”, disse Lopes. Segundo ele, a expectativa é que o Rio Grande do Sul torne-se o principal pólo brasileiro de produção de leite, mas, apesar do ambiente favorável, ainda existem preocupações e fatores que limitam o desenvolvimento da cadeia produtiva de leite, como o preço do produto, dificuldades na assistência técnica e falta de incentivo fiscal. 

Após a definição do panorama da cadeia produtiva do leite, o relatório apresenta um modelo alternativo de fomento à produção, baseado no estabelecimento de subgrupos com área mínima para o total das propriedades participantes. Estes grupos teriam, por sua vez, a produção e comercialização organizadas; quantidade mínima de animais em lactação; assistência técnica produtiva e de gestão; crédito especial associativo para melhoramento genético e de infra-estrutura; e incentivos ao controle de frete por índices de produtividade e qualidade, de fiscalização e à substituição de importações.

Biocombustíveis (biodiesel)

A outra proposição feita pelos pesquisadores da URI foi criar uma condição para obtenção de benefício para o produtor rural associado a um cooperativa, de modo que a participação no fornecimento de matéria-primas para expansão da produção de biodiesel corresponda a um ganho (preço-prêmio) de, no mínimo, o consumo de combustível para produzir esta matéria-prima.

O modelo de fomen"

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