Pecuária terá crescimento moderado em 2013

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Em uma das palestras mais esperadas da Tecnoshow Comigo 2013, o engenheiro agrônomo e doutor em Economia, Sérgio de Zen, comentou as perspectivas e os desafios do mercado agropecuário brasileiro, na tarde desta quinta-feira (11), no Centro Tecnológico Comigo (CTC). Segundo ele, o objetivo da conferência era apresentar aos produtores e empresários do setor o que esperar da atividade este ano no que diz respeito à economia, como análises dos mercados interno e externo, perspectivas de preço e tendências de crescimento.

“Não é que o setor esteja em momento negativo. Precisamos entender que, atualmente, a pecuária sofre com outras atividades econômicas que representam concorrência ao segmento”, contou o palestrante. Segundo ele, um exemplo é a agricultura – especialmente com relação aos grãos e a cana -, que está se mostrando tão competitiva quanto a pecuária. “Isso torna o crescimento do setor um pouco mais lento do que costumava ser”, completou.
 
“Estamos vivendo período difícil internacionalmente, pois os países que demandam progressão desse mercado estão em crise”, pontuou Sérgio, ao se referir à Europa e aos Estados Unidos. Conforme exemplificou, a queda na economia norte-americana fez com que os EUA acumulassem excedentes de carnes e conseguissem exportar em maior quantidade que o Brasil. Já no caso europeu, ele disse que a recessão pode fazer com que a União Europeia corte os subsídios.
“Esses países que detém o maior poder econômico precisam sair da crise para que o setor volte a crescer com mais vigor. Mas isso não deve acontecer este ano”, alertou. Para ele, a retomada de crescimento do setor ainda deve demorar mais dois anos, no mínimo. “Até lá, tanto a pecuária quanto os outros setores da economia mundial vão continuar patinando.”
 
Brasil
Para Sérgio, situação semelhante também acontece no mercado nacional. Segundo ele, após o Plano Real –início em 1994 -, a economia começou a crescer. Mesmo com problemas de inflação e taxa de juros alta, o Brasil reestruturou as finanças e passou por fase expressiva de desenvolvimento entre os anos de 2005 e 2010.
 
Nessa época, começou a fortalecer uma categorização social que ficou conhecida como a Nova Classe Média. Embora tenha crescido também as classes A e B, a classe C ganhou poder de compra nunca antes registrado, passando de pouco mais de 60 milhões de pessoas para mais de 100 milhões em cinco anos.
“O principal alimento que a Nova Classe Média começou a colocar na mesa foi a carne, devido ao poder econômico que essas pessoas passaram a ter”, frisou o especialista. De acordo com ele, esse foi o melhor momento da carne, que teve seu “boom” no mercado. O aumento no consumo não aconteceu apenas com relação ao produto nacional. “A classe C também passou a procurar mais por carnes importadas. Somente nesses cinco anos de maior crescimento da Nova Classe Média, a procura por cortes considerados europeus subiu, aproximadamente, 25%.” Como explicou Sérgio, depois de um aumento expressivo, é normal que um setor passe por período de crescimento mais lento. 

Sobre o valor da arroba do boi, o Brasil também passa por período moderado. Ele disse que o melhor preço foi registrado em novembro de 1990, calculado em R$ 132,31. Hoje, de acordo com os índices de São Paulo, referente a março de 2013, está em torno de R$ 98,15. “Com base nos dados históricos, estamos muito melhores que em 2005, por exemplo, quando a arroba do boi chegou a R$ 51, a maior queda dos últimos 60 anos”, emendou. 
(Fonte: Assessoria Tecnoshow Comigo)
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