Produção de grãos continua acima de 140 milhões de toneladas

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O clima e a crise financeira não devem atingir a expansão das lavouras no Sul do Brasil. Pelo menos, é o que aponta o terceiro levantamento da safra de grãos 2008/2009, divulgado nesta segunda-feira (8) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A produção no Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina deve crescer 2,9% e chegar a 61,1 milhões de toneladas, recorde na região. Com este saldo, o Brasil alcançará a segunda melhor colheita da história, de 140,3 milhões de toneladas, atrás apenas da safra passada, que foi de 143,9 milhões de toneladas.

Diferentemente do Sul, nas demais regiões a pesquisa registra queda na produção. No Sudeste, a colheita cairá 3,1% e no Centro-Oeste 7,1%. No Norte e Nordeste, apenas os agricultores do sul do Maranhão, sul do Piauí e sudoeste da Bahia iniciaram o plantio. Nas demais localidades, os produtores estão esperando o período de chuvas para começar a semear, o que deverá ocorrer a partir de janeiro.

Já a área plantada em todo o país terá um crescimento de 97,8 mil hectares em relação ao ciclo anterior e totalizará 47,48 milhões de hectares. “O Centro-Sul está com aproximadamente 90% do plantio concluído. Com as lavouras que serão iniciadas no Norte e Nordeste, o resultado global deverá crescer a partir dos próximos acompanhamentos”, diz o presidente da estatal, Wagner Rossi.

A primeira safra de feijão é o destaque deste período. De acordo com o estudo, a produção será 20,1% maior que a anterior, atingindo 1,49 milhão de toneladas. Os estados do Paraná, Minas Gerais e São Paulo concentram os maiores números, com crescimento de 33,5%, 13,3% e 38,1%,  respectivamente.

Nos arrozais, a Conab também aponta crescimento de 1,6%, atingindo 12,25 milhões de toneladas. Este percentual seria maior, não fossem as enchentes em Santa Catarina provadas pelo excesso de chuva. Até novembro, era calculado aumento de até 6,3% na produção do estado. Agora a estatal indica uma retração de 0,4%.

Soja e milho - A produção de soja no Sul e Sudeste cresceu e o volume chega a 25,3 milhões de toneladas, o que corresponde a 43% do total nacional. O melhor desempenho está no Paraná, com 12,05 milhões de toneladas (+1,3%), Rio Grande do Sul, com 8,13 milhões (+4,6%), Minas Gerais, com 2,54 milhões (+0,2%) e São Paulo, com 1,50 milhão (+4,1%). No Centro-Oeste, a oleaginosa terá quebra de 4,9%, principalmente em Mato Grosso, Goiás e Distrito Federal.

As plantações de milho primeira safra devem diminuir em todo o país. É esperada uma colheita de 37,02 milhões de toneladas, ou 2,9 milhões a menos que a safra passada. No Paraná, a redução pode chegar a 10,7% e, no Mato Grosso, a 28,7%. A colheita total do cereal (primeira e segunda safras) está projetada em 54.4 milhões de toneladas.

Para realizar a pesquisa, 35 técnicos da estatal percorreram os principais municípios produtores. Eles entrevistaram agricultores, agrônomos, técnicos de cooperativas, agentes financeiros, representantes de secretarias de Estado da Agricultura, órgãos de assistência técnica e de extensão rural. O trabalho de campo foi realizado entre os dias 17 e 21 de novembro. (Fonte: Conab)

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