Profissionais discutem novas formas de comunicar o cooperativismo em SC
Florianópolis (10/7) – A forma de se comunicar mudou na última década e acompanhar essa evolução tem sido o maior desafio para quem lida com a área. Essa foi a reflexão que a jornalista Pollyana Ferrari trouxe hoje aos participantes o 10º Encontro de Assessores de Comunicação das Cooperativas de Santa Catarina, realizado pelo Sistema Ocesc, em Florianópolis.
Durante a abertura do evento, o presidente do Sistema Ocesc, Marcos Zordan, falou sobre a necessidade que o setor cooperativista tem em informar suas ações, projetos e eventos e declarou todo o apoio e incentivo aos comunicadores presentes. "Nossa comunicação é importante desde a da cooperativa com o produtor até as grandes ações de rádio e TV", comenta o presidente da Ocesc.
Para ele, o aprimoramento das ferramentas e a profissionalização dos profissionais são fundamentais para dar visibilidade ao movimento cooperativista. “O cooperativismo catarinense tem se consolidado por meio da educação e da capacitação de associados. Precisamos ainda evoluir nessa divulgação oferecendo ferramentas adequadas para que a sociedade conheça as práticas cooperativistas", avalia Zordan.
REDES SOCIAIS – Logo após a abertura, a jornalista Pollyana Ferrari que é especialista em redes sociais e possui vários livros publicados sobre o assunto, ministrou a palestra "Como trocar a lente para entender o mundo informacional de hoje". Ela discorreu sobre a evolução das ferramentas e das mídias sociais, mas principalmente a evolução do internauta que é, ao mesmo tempo, leitor, observador e consumidor ativo.
“Não adianta dizermos que vamos resistir e ficar fora dos celulares inteligentes, de tablets ou do mundo virtual. Sabe por quê? Por que as pessoas estão cada vez mais conectadas. Um bom exemplo disso é a zona rural. Lá, todos têm celular e acessam o mundo”, declara a especialista.
Pollyana comentou também sobre exposição do cooperativismo nesses ambientes virtuais tão presentes na rotina dos brasileiros, atualmente. “As mídias sociais já têm 10 anos e, por isso, estão maturadas e o brasileiro está nessa ferramenta. Então, vejo que o que realmente falta ao cooperativismo é trabalhar conjuntamente. Por exemplo, é possível conseguir mídia, propor vídeos, realizar ações. Não importa se a cooperativa está em Santa Catarina, Paraná ou Distrito Federal, o que vale é trabalhar o cooperativismo de forma geral, para que o cidadão compreenda o que ele é e como funciona”, analisa.
LIVRO – Na oportunidade, a especialista lançou o seu novo livro "No tempo das telas" e autografou exemplares para os presentes. Pollyana Ferrari é jornalista pela PUC-SP e doutora em ciência da comunicação pela ECA/USP. Há 25 anos atua no mercado editorial de tecnologia da informação, tendo dedicado os últimos 15 anos à Internet. É professora da PUC-SP e da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial. Escreveu os livros Jornalismo Digital, Hipertexto, Hipermídia e A força da Mídia Social. Dirige a Polipress Cooperativa Digital.
EDUCAÇÃO – No período da tarde, o colunista de várias publicações nacionais, educador, especialista em liderança e diretor científico da Associação Brasileira de Recursos Humanos, Eugênio Mussak, falou sobre o papel transformador e educativo da comunicação.
Para o especialista, é preciso evoluir sempre e aprimorar, todos os dias, a maneira como os comunicólogos realizam seu trabalho. “Sempre há algo que possa ser melhorado. Vejo que os comunicadores precisam estar preparados para lidar com o excesso de informação que as pessoas recebem no dia a dia. É muito difícil concorrer com informações mais urgentes ou importantes”, comenta.
Mussak afirmou ainda que o bom comunicador é aquele que ao falar ou escrever parece estar ao nosso lado, falando conosco. “Esse mesmo indivíduo consegue simplificar a complexidade do mundo em que vivemos, de forma caprichosa e com estilo, ou seja, ele faz com que a leitura ou a informação oral seja agradável, tenha carga de humor e emoção. Só assim, é possível competir nessa selva de informação do dia a dia”, orienta.
Para finalizar, o convidado disse que o comunicador tem um papel fundamental em sua profissão: conhecer e desvendar o assunto que será tratado. “Não vejo outra forma de comunicar bem alguma coisa sem a conhecermos com profundidade. Considero que isso é prioridade na profissão. Não podemos transmitir uma informação que não foi entendida ou que não tenha significado para nós. Neste caso, conhecer o tema a ser comunicado é a alma do negócio”, enfatiza o palestrante.
Eugênio Mussak é formado em Medicina, mas resolveu dedicar-se ao ensino e atualmente é professor da FIA-USP e da Fundação Dom Cabral, nas áreas de liderança e gestão de pessoas. É integrante do comitê do Congresso Brasileiro de Recursos Humanos (CONARH).