Representantes do cooperativismo de crédito se reúnem em Brasília
“A missão do cooperativismo de crédito se compara à do fuzileiro naval, que vai à frente, abrindo o caminho. Pelos avanços alcançados, especialmente na profissionalização da gestão, as cooperativas de crédito são, hoje, modelo a ser seguido pelos demais ramos”. A declaração foi dada pelo presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, durante a abertura, nesta quinta-feira (10/5), da reunião ordinária do Conselho Consultivo de Crédito da OCB (Ceco), em Brasília (DF). O evento reuniu integrantes do Ceco, executivos ligados a diferentes sistemas e ao Banco Central do Brasil (BC), dirigentes de cooperativas centrais, convidados e representantes de entidades afins. Durante a solenidade, Manfred Dasenbrock, à frente da coordenação do Conselho nos dois últimos anos, transmitiu o cargo a José Salvino de Menezes, que assume a gestão 2012/2013.
Em sua fala, o presidente do Sistema OCB destacou que 2011 foi um ano de muitas conquistas para o setor. Entre os avanços, ele citou a chegada de mais de 700 mil novos sócios às cooperativas do sistema, além da manutenção de um crescimento acima da média do mercado. “Durante a crise mundial, que manifesta seus reflexos até os dias de hoje, as cooperativas foram os únicos empreendimentos a se sustentar, graças à sensibilidade de quem tem compromisso com as pessoas”, comentou Freitas, que manifestou, ainda, sua profunda expectativa com relação a avanços na tramitação do projeto de lei que regulamenta o acesso de cooperativas a recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). “Esta é com certeza uma de nossas prioridades para este exercício”, enfatizou.
O diretor de Organização do Sistema Financeiro e Controle de Operações do Crédito Rural do BC, Sidnei Marques, convidado a compor a mesa de abertura do evento. Ressaltou em seu discurso o importante papel das cooperativas de crédito dentro do sistema financeiro nacional. Segundo ele, os desafios daqui para frente são muitos, mas também as oportunidades. “O nosso sistema financeiro está em constante mudança. A cada momento, novas perspectivas surgem e precisamos estar preparados para trabalhar com essas realidades. Felizmente, hoje vivemos uma fase de juros e spreads reduzidos, na qual as pessoas estão tendo mais acesso aos bancos. Ao mesmo tempo, contamos com uma estrutura muito sólida no cooperativismo, baseada em centrais, confederações, o que facilita imensamente a gestão, diminuindo a possibilidade de riscos”, ressaltou.
Manfred Dasenbrock, que coordenou os trabalhos desenvolvidos pelo Ceco nos últimos dois anos, fez uma apresentação do panorama atual, incluindo ações realizadas e o andamento de outras que ficarão a cargo da nova direção. Dasenbrock enfatizou a importância do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) como instrumento de formação e capacitação para gestores e funcionários de cooperativas. “Até hoje, foram investidos R$ 45 milhões em ações capitaneadas pelo Sescoop, agregando qualidade à profissionalização e à gestão das cooperativas brasileiras”, pontuou.
A integração entre as redes de atendimento dos sistemas cooperativos brasileiros foi um dos destaques apresentados por Dasenbrock. O trabalho iniciado ainda em sua gestão teve a continuidade aprovada por todos os presentes e será mantido no plano de ação do Ceco para 2012. “Esta integração é o primeiro passo para nos tornarmos, efetivamente, um sistema”, endossou o presidente Márcio Lopes de Freitas.
Em seguida, o novo coordenador do Ceco, José Salvino de Menezes, assumiu os trabalhos e contou com o apoio do gerente do Ramo Crédito da OCB, Silvio Giusti, para apresentar as propostas construídas para o Plano de Ação do Ceco 2012. Ao longo da apresentação, os participantes puderam contribuir com sugestões e colocações que serão avaliadas na próxima reunião do Ceco.
O encontro segue durante o período da tarde, quando serão apresentados números relativos à evolução do cooperativismo de crédito no Brasil, além de dois paineis com a participação de representantes do Banco Central, Ministério da Fazenda e Casa Civil.