RESPONSABILIDADE SOCIAL É DE TODOS.


Responsabilidade social é um dever de todos os cidadãos. Servir ao próximo e não se servir do próximo precisaria ser principio praticado em casa e na escola. O cooperativismo como doutrina e filosofia de vida, fundamentado na cooperação, ajuda mutua e solidariedade, tem em seu bojo a responsabilidade social e como tal, já deveria constar da grade curricular das escolas, iniciando-se no jardim de infância, a partir dos três anos de idade.
Responsabilidade social é uma coletânea de princípios e de valores que podem construir um mundo mais justo, mais feliz e menos desigual. Um requisito para a responsabilidade social é a ética. Não há responsabilidade social sem ética na empresa, na família, na escola, no condomínio, nas organizações do terceiro setor e nas demais entidades da sociedade civil. A irresponsabilidade social começa quando o cidadão concorda com qualquer ato ilegal. Quem sofre as conseqüências são os menos favorecidos, porque os benefícios que deveriam ser apropriados por eles são desviados para fins políticos, constituindo-se algumas organizações em entidades sociais de fachadas para receber recursos públicos, reduzir impostos de empresas mercantis e outras mazelas que caracterizam os falsos solidários. Lamentável é que até o futebol, alegria do povo, vem acontecendo corrupção e falcatruas.
Vários acontecimentos mundiais foram responsáveis pelo surgimento do conceito de responsabilidade social, entre eles mencionamos a guerra do Vietnã e as manifestações civis contra os efeitos das armas químicas e seus efeitos sobre a população e sobre a própria sobrevivência do planeta, dando uma inédita dimensão do comprometimento de empresas e cidadãos com o meio ambiente. Esse contexto surgido na Europa, especialmente na França, e nos Estados Unidos respondeu por um repensar da postura ética das empresas frente à sociedade e criando espaço para organizações civis, sem fins lucrativos, comprometidas com o social.
No Brasil, as organizações de responsabilidade social, basicamente do Terceiro Setor, foram regulamentadas pelo Decreto 3.100/99 e contempladas nos dispositivos do Novo Código Civil, que estabeleceu caracterizações especificas para identificação. Acompanhar as ações destas organizações faz parte da responsabilidade social do cidadão. Algumas organizações merecem o respeito e a confiança do baiano, à exemplo dos Hospitais de Irmã Dulce e Aristide Maltez, e outras instituições que passam por dificuldades para se manter. Um setor que merece atenção é o esporte amador, podendo ser um instrumento adequado para a retirada de milhares de crianças e de adultos das drogas, da violência, da pobreza, da exploração econômica e sexual, além de tantos outros males que fazem parte da miséria do nosso país.
Marcou época no Brasil a Campanha contra a fome empreendida por Betinho, a qual fortaleceu os movimentos sociais, em contraposição a impotência do papel do Estado frente a violência urbana, mas que não foi suficiente para sistematizarmos as ações de combate a pobreza no Brasil. É hora de comprometermos o Estado do Bem Estar Social através da vontade política do Congresso Nacional de fazer acontecer um Programa que tire o Brasil do caos social em que se encontra. Juntos a sociedade civil, representada pelas instituições religiosas, comunitárias, filantrópicas, as oscip’s e o Estado poderão debater as formas mais adequadas a solucionarem os graves problemas sociais que grassam a nossa sociedade. Priorizar algumas áreas seria fundamental, combate a fome, implantação de sistemas adequados de segurança, educação de qualidade, entre outras. É importante destacar na área da violência urbana, o recado dado pela população com o Não, iniciando-se um programa de mudanças nos presídios, a começar pelos espaços para cada individuo. Os trabalhos forçados da Idade Média são mais modernos do que o sistema carcerário dos nossos dias, o qual visualizamos nas fotografias, onde jovens se acumulam uns sobre os outros em ambientes sem nenhuma condição de recuperação de um ser humano. Serão seres embrutecidos que sairão daquelas jaulas, muito mais violentos e perigosos do que entraram. E os inocentes, sem processo que caem na malha de um presídio brasileiro, nunca mais tem condições de recuperar-se e serão tantas revoltas acumuladas que o transformarão em mais um bandido. O recado das urnas foi claro e contundente, o Estado Brasileiro não consegue dar segurança a população, que se sente indefesa e tem medo de que o futuro seja ainda pior do que está vivenciando. Todos sabemos da dimensão do problema social do Brasil, algo há que ser feito. A sociedade tem que estar atuante para estudar as alternativas na busca de soluções. É hora de ação e de não omissão.
Como um dos dirigentes do cooperativismo na Bahia, adquiri uma grande experiência no lidar com desafios. Quando aceitei assumir a OCEB, em 1997, encontrei, apenas, três cooperativas registradas e hoje, outubro de 2005, temos 640 cooperativas nos termos da Lei 5764/71, com 230 mil associados, proporcionado 14 mil empregos diretos e 900 mil indiretos, a cidadãos sem oportunidades de trabalhos no mercado, os quais encontraram no Sistema Cooperativista um meio de sobrevivência, elevando sua auto-estima através da geração de renda para a sustentação de suas famílias. Cooperativismo é economia social. Ao praticar os sete princípios universais do cooperativismo, as cooperativas contribuem para o desenvolvimento sócio econômico e para a construção de uma sociedade mais solidária e menos desigual. A responsabilidade Social é de todos para transformamos o Brasil num país com que sonhamos. Se queremos um Brasil mais justo , mais humano, mais solidário, pratiquemos a solidariedade em casa, no trabalho, na rua onde moramos, na comunidade da qual participamos. Alguém, um dia, contou-me que pessoas empobrecidas catavam lixos em sua rua, desmontando as lixeiras, deixando as calçadas transformadas num grande lixão, foi suficiente ação em um prédio, mo

Conteúdos Relacionados