”SC deve muito ao cooperativismo”, diz Marcos Zordan
"O desenvolvimento do Estado de Santa Catarina deve-se, em grande parcela, à contribuição das cooperativas”. A declaração do presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc), Marcos Antonio Zordan, é emblemática porque realça a importância do setor que, no último sábado (4/7) comemorou o 87º Dia Internacional do Cooperativismo.
Zordan citou estudo da Aliança Cooperativa Internacional (ACI) para mencionar que as cooperativas são mais resistentes às crises do que outros modelos de empresas, conforme comprovou a Organização Internacional do Trabalho (OIT). As cooperativas de crédito têm se mantido sólidas, financeiramente; as cooperativas agrícolas, em muitas partes do mundo, estão obtendo resultados positivos, as cooperativas de consumo estão incrementando seu volume de negócios e as cooperativas de trabalho associado continuam crescendo. Cada vez mais, as pessoas estão escolhendo o modelo de empresa cooperativa para enfrentar as novas realidades econômicas.
O presidente da Ocesc lembra que, em muitos países e em muitos setores do mundo, a empresa cooperativa está crescendo em associados, capital e volume de negócios. As cooperativas estão contribuindo de maneira significativa para a manutenção e a geração de novos empregos e, portanto, garantindo a renda das famílias. Elas estão assegurando que os preços se mantenham em níveis razoáveis e que os bens de consumo no varejo, alimentos e serviços continuem seguros, confiáveis e de boa qualidade.
As instituições financeiras cooperativas têm registrado um aumento de capital devido ao reconhecimento dos consumidores da segurança e da confiabilidade das cooperativas de crédito, bancos cooperativos e cooperativas de seguros, que, em muitos casos, também, continuaram a fornecer crédito a pessoas físicas e pequenas empresas. Ao fazer isso, estão demonstrando que o negócio cooperativo é sustentável e que as empresas embasadas em valores éticos podem ter êxito e contribuir para uma recuperação econômica sustentável.
– “As cooperativas estão demonstrando que são o motor, não somente para impulsionar o desenvolvimento econômico, mas também, a democracia econômica e política, bem como a responsabilidade social. As cooperativas oferecem uma forma mais justa de fazer negócios, onde os valores sociais e ambientais contam, não somente como algo a fazer, se você puder fazer, mas que são, simplesmente, parte da maneira de fazer negócios", diz o líder cooperativista.
Importância em Santa Catarina - O dirigente mostra que as cooperativas catarinenses, em seu conjunto, faturaram R$ 11 bilhões de reais em 2008, montante 22,2% superior ao exercício anterior, de acordo com resultados apresentados pela Ocesc. O sistema cooperativista é formado por 255 cooperativas dos ramos agropecuário, consumo, crédito, educacional, especial, habitacional, infraestrutura, mineral, produção, saúde, trabalho e transporte. Juntas, elas representam 860.000 famílias associadas (crescimento de 10,6%), o que corresponde a mais de 1/3 da população estadual. As cooperativas empregam diretamente 30.000 pessoas, contingente que cresceu 12,7% em 2008.
O ramo Agropecuário, mais uma vez, demonstrou sua absoluta hegemonia: as 51 cooperativas responderam por 66,8% do movimento econômico com faturamento de R$ 7 bilhões 406 milhões de reais (crescimento de 24% em relação a 2007). O segundo maior movimento foi das 33 cooperativas da Saúde, que cresceram 14,1% e faturaram R$ 1 bilhão 658 milhões de reais.
O ramo Crédito, com 73 cooperativas, ficou em terceira posição, com movimento de R$ 672,8 milhões de reais e 30,4% de crescimento. O ramo Transporte, com 21 cooperativas, ficou em quarta posição com R$ 621,8 milhões de reais e 14,2% de expansão.
Em quinta posição encontra-se o ramo de Consumo: as 12 cooperativas cresceram 34,8% e movimentaram R$ 337,1 milhões de reais. Em sexto lugar figuram as 27 cooperativas de Eletrificação (ramo infraestrutura) que reduziram seus negócios em 7% e venderam R$ 327 milhões de reais.
Os demais ramos com movimentação econômica foram Trabalho (16 cooperativas) com R$ 38,6 milhões de reais; Educacional (12 cooperativas) com R$ 8,5 milhões de reais; Produção (4 cooperativas) com R$ 603 mil reais; Habitacional (3 cooperativas) com R$ 917 mil reais; Especial (2 cooperativas) com R$ 208 mil reais e Mineral (1 cooperativa) com R$ 187 mil reais.
Patrimônio - Apesar do aumento da receita operacional bruta das cooperativas em 22,2%, as sobras do período registraram acentuada redução da ordem de 61,5% - resultado da crise do comércio internacional e da queda de preços dos principais itens da pauta de exportação, especialmente os produtos cárneos. O patrimônio líquido das 255 cooperativas cresceu 16% e atingiu R$ 2 bilhões e 380 milhões de reais.
O presidente da Ocesc destacou a prioridade concedida à capacitação dos recursos humanos empregados nos diversos níveis do cooperativismo: O Sescoop de San"