Simpósio Estadual do Café discute cenário atual da cafeicultura no ES
Vitória (23/9) – Terminou hoje o 10º Simpósio Estadual do Café e VII Feira de Insumos, cujo tema foi “Colheita e Pós-colheita, uma questão de Sobrevivência”. O evento teve início na noite da última segunda-feira (21), em Vitória, e recebeu mais de 100 pessoas, dentre produtores de vários municípios capixabas, pesquisadores e dirigentes de instituições públicas e privadas ligadas à cafeicultura local e nacional.
O encontro bianual é realizado no Centro de Comércio de Café de Vitória (CCCV), no Palácio do Café, e coordenado pelo Centro de Desenvolvimento Tecnológico do Café (CETCAF), em parceria com o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) e o CCCV.
O presidente da CCCV, Jorge Luiz Nicchio, lembrou que objetivo do evento foi discutir além das questões de mercado e da competitividade do café brasileiro, todas as nuances que envolvem os processos de colheita e pós-colheita. Nicchio disse que “essa é mais uma oportunidade para aproximar os exportadores dos produtores, uma vez que as tecnologias nos trazem muitos benefícios, mas por outro lado, ela também pode afastar as pessoas”.
O vice-governador do estado, César Colnago, que participou da abertura do evento apresentou-se a todos com uma breve homenagem ao saudoso Dário Martinelli e à sua esposa Célia Martinelli além dos sete filhos do casal. Martinelli, que faleceu recentemente, foi um dos maiores responsáveis por introduzir comercialmente a cultura do café conilon no estado, na década de 1970.
O secretário de Estado da Agricultura, Aquicultura, Abastecimento e Pesca, Octaciano Neto, explicou a importância do Pedeag 3, quais são as suas metas mobilizadoras e os desafios para o desenvolvimento do agronegócio capixaba para os próximos 15 anos. “A agricultura do século XXI deve ser pautada em sustentabilidade e na valorização dos seus produtos através da inovação tecnológica”, lembrou.
Para o pesquisador e coordenador do Programa de Cafeicultura do Incaper, Romário Gava Ferrão, o tema do simpósio é atual e vai ao encontro do cenário da cafeicultura do Espírito Santo.
Romário afirmou que quando se pensa na cultura do café é lembrado o custo de produção que é fruto da colheita associada à mão de obra. “Uma das formas de minimizar o custo de produção do manuseio é investir em mecanização”, disse. Para ele, outra questão prioritária é investir nas melhorias da qualidade final dos cafés que estão associadas às boas práticas agrícolas durante a colheita, na secagem, no beneficiamento e armazenamento.
Por fim, o sócio da P&A Marketing Internacional, Carlos Henrique Jorge Brando, ministrou uma conferência sobre a competitividade dos cafés brasileiros, destacando as tendências de consumo e a evolução dos diferentes mercados – em países produtores de café, mercados tradicionais e mercados emergentes - as transições do mercado local, nacional e mundial, os principais desafios a serem superados, bem como a projeção de consumo para os próximos anos. “Há grandes oportunidades para os cafés em todos os mercados, mas com destaque para os cafés especiais e diferenciados”, ressalvou Brando.
Ele também deu destaque às principais oportunidades para a produção cafeeira no Espírito Santo:
Conilon: aumentar a produtividade média, aumentar a exportação usando métodos de melhoria em qualidade, promover sustentabilidade, baixar custos e viabilizar a expansão da indústria brasileira de solúvel.
Arábica: desenvolver-se a partir da renovação dos cafezais, o aumento da produtividade nas áreas não plantadas, a implantação da mecanização nas montanhas, irrigação e sistema de pós-colheita. (Fonte: Assimp Sistema OCB/ES)