Unidade da Cocari em Marialva apresenta resultados do Mip Grãos
Depois de dois anos de trabalhos, foi concluída a implantação do Manejo Integrado de Pragas em grãos armazenados - o Mip Grãos - na unidade de Marialva, que abriu suas portas à visitação, dia 9 de fevereiro, com o objetivo de apresentar os resultados, mostrar as melhorias alcançadas com o Programa Mip Grãos – Inseto, tolerância zero, coordenado pelo pesquisador da Embrapa Soja, Dr. Irineu Lorini.
O evento contou com a presença do presidente da Cocari, Vilmar Sebold, chefe adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Soja, Dr. José Renato Farias; do vice-presidente da Cocari, Luiz Carlos Fermino da Rocha, do diretor executivo de Novos Negócios, Dr. Marcos Antonio Trintinalha, do gerente da Divisão Operacional, Geraldo Semensato, do gerente da regional Marialva, Augusto Cezar Bozelli, do diretor conselheiro da Cocari João Obici e do pesquisador da Embrapa Soja, Dr. Irineu Lorini.
Na abertura do dia de campo, Vilmar Sebold falou, aos 142 visitantes, do desafio que representa a implantação do programa, que teve início na Cocari em 2001, na unidade de Kaloré e que ,desde de 2009 está sendo implantado em Marialva. “Hoje vocês vão poder ver o que é uma transformação”, convidou.
Sebold chamou a atenção para o que dizem os pesquisadores com relação às perdas sofridas em função das pragas nos grãos. “Pesquisadores dizem que, no mundo, se perde de 20% a 40% daquilo que é plantado por problemas de praga. Grande parte disso, no campo, e uma parte extremamente importante quando já está estocado”, ressaltou.
Marialva, uma referência
Na avaliação do pesquisador da Embrapa que coordenou o Programa Mip Grãos na Cocari, Dr. Irineu Lorini, abrir as portas e mostrar tudo que foi feito é um dos momentos mais importantes dentro de um programa de manejo integrado de pragas. “Estamos no local mostrando para as pessoas o resultado, na dimensão real dos fatos, então fica mais fácil avaliarem o que pode ser copiado e levado para suas unidades”, resume. “A instalação numa unidade como essa, da Cocari, é um agente de mudança, é uma melhoria importantíssima para o cenário brasileiro. Marialva é hoje uma unidade de referência de trabalho”, salientou.
O pesquisador destacou que o controle de insetos nas unidades armazenadoras não se trata mais de diferencial competitivo. “É uma tendência e, mais que tudo, é uma necessidade para sobreviver nesse mercado, seja regional, estadual, no país, ou até para enfrentar o mercado no exterior. Ou seja, com uma tecnologia dessas, hoje, a Cocari está preparada para enfrentar qualquer mercado internacional”, afirmou.
Para o chefe adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Soja, Dr. José Renato Farias, a armazenagem de grãos é um problema sério. Ele diz que a Embrapa Soja, sediada em Londrina, começou a implantar as linhas de pesquisas em 2009. “Nesse curto espaço de tempo, a gente já começa a ver resultados bastante significativos. Que essa unidade de Marialva sirva de exemplo, não só para outras unidades da Cocari, mas para outras cooperativas”, destacou.
Dr. Farias disse que a Cocari está dando um passo muito à frente. “Para o sucesso do negócio, não há necessidade de se preocupar só com o setor produtivo. Um aspecto muito importante diz respeito ao mercado, que envolve a comercialização, que por sua vez, envolve credibilidade do cliente e qualidade do produto. Ao mostrar essa preocupação, a Cocari demonstra estar com uma visão estratégica muito boa, visando o mercado, qualidade do produto, credibilidade e estabilidade futura”, concluiu.
Maiores problemas
Os maiores problemas enfrentados pela unidade de Marialva, antes do Mip Grãos, eram com expurgos constantes, reprovação de lotes e cargas e com as grandes populações de insetos. Os principais focos de insetos identificados foram nas áreas de plantação de eucaliptos, que tinham grande concentração de insetos sob as cascas, mesmo verdes. Outros importantes focos foram encontrados nos dutos de ventilação, sob as mantas de borracha do graneleiro e na casa de máquinas.
Reestruturação da unidade
A unidade de Marialva passou por total reestruturação, que incluiu a instalação de amortecedores autolimpantes e longarinas de vigas invertidas, que facilitam a limpeza e diminuem os riscos de infestação de insetos.
O sistema de tratamento automatizado na fita transportadora, adotado em Marialva, proporciona maior agilidade e facilidade para os operadores, evitando desperdício na aplicação e redução das chances de erro no tratamento, uma vez que não há necessidade de o operador desligar o sistema quando não estiver mais passando produto na fita ou ligar quando se iniciar novamente o processo de beneficiamento.
Nos graneleiros, os pisos de borracha foram substituídos por Elastron, um produto que não deforma conforme as mudanças de temperatura, como ocorre com a borracha e o piche.
Na área de segurança, foram feitos investimentos para atender à NR 33, uma norma regulamentado"