Workshop divulga oportunidade de negócio com mercado árabe

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Conhecer hábitos, costumes, história, trejeitos e, claro, ter um bom planejamento estratégico para aportar no mercado externo. Esses foram alguns dos pontos importantes para exportar ao mercado árabe apresentados ontem (10/9) no workshop ‘Conheça o Mercado Árabe’, ministrado por Rodrigo Solano, gerente de Desenvolvimento de Mercados da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, e Francisca Barros, coordenadora de Comércio Exterior da entidade. O evento aconteceu na sede da Câmara, em São Paulo. Até dezembro será realizado um encontro por mês. As inscrições são gratuitas.

Segundo Solano, a intenção da entidade é despertar a percepção dos empreendedores, principalmente, os de médio porte para o mercado árabe. Durante a apresentação, Solano apresentou ao grupo, formado por um representante do setor têxtil, advogados e consultores, os números do comércio exterior dos países árabes, bloco que tem ganhado, cada vez mais, participação no mercado externo.

De acordo com o gerente, a previsão de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) dos árabes para este ano é de 2,5%, uma variação que espanta a crise econômica e mostra aos brasileiros um importante mercado para explorar. Nos últimos cinco anos, a corrente comercial do Brasil com os árabes teve um aumento de 262%. No primeiro semestre deste ano, as vendas externas brasileiras para a região cresceram 4,1%, enquanto que as exportações do Brasil para o mundo caíram 23%.

Para Solano, os números mostram que a participação brasileira nos mercados árabes é crescente, mas ainda tem muito espaço para expandir. “Eles ainda não foram apresentados à potência que é o Brasil, por isso o trabalho de promoção comercial é tão importante, ainda mais neste momento em que concorrentes como China e Índia, mais próximos fisicamente, já estão por lá. O Brasil precisa se fazer conhecido”, diz. Mas Solano alerta para a qualidade e os diferenciais do produto na hora da venda, principalmente por conta da política de preços dos chineses e indianos, que levam vantagem nesse ponto. Como exemplo, Solano citou a moda brasileira. “Uma das estratégias é apostar no desenvolvimento de produtos com conceito”.

Formato -Durante o encontro, os participantes também tiveram uma aula rápida sobre como se comportarem em situações como a primeira reunião com o futuro cliente árabe, acompanhamento da evolução do contato, feiras de negócios, viagens de prospecção e etc. "Quem começa uma negociação com o árabe, por exemplo, deve ser mantido na função, a não ser que se desligue da empresa. Tal postura gera confiança para o comprador", afirma. Se a mudança for inevitável, o novo negociador brasileiro deve ser devidamente apresentado ao árabe para não haver quebra na relação construída. “Os árabes valorizam muito mais a pessoa do que a empresa, por exemplo”, completa Solano.

Solano também deu dicas para uma boa conversa e quais assuntos fazem mais sucesso entre os árabes. Futebol, é claro, aponta como o primeiro da lista. A presença árabe no Brasil e sua influência na cultura brasileira são outros pontos que devem ser lembrados. O executivo lembrou, por exemplo, do sucesso feito pela história da rede Habib´s durante uma conversa. “O interlocutor ficou impressionado ao saber que o Brasil tem uma rede de fast food árabe, e que o dono é português”, disse.

Planejamento -Da parte mais descontraída, o workshop evoluiu para o planejamento estratégico da empresa que deseja exportar, regras sanitárias, tratados e acordos internacionais que precisam ser entendidos durante uma negociação de comércio exterior com representantes árabes. "A empresa precisa chegar para a venda bem preparada, tem de conhecer bem as regras para se lançar no mercado", diz Francisca.

Os profissionais da Câmara também apresentaram aos participantes todos os serviços que a entidade oferece ao exportador brasileiro, como consultas comerciais, dados dos países árabes, de empresas compradoras, rodadas de negócios, certificações de produtos e traduções de documentos - os dois últimos são cobrados.

Informações sobre as datas dos próximos eventos no site da Câmara Árabe (www.ccab.org.br)

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