06/05/2010 - Industrialização agrícola estimula desenvolvimento

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O crescimento da Região Centro-Oeste passa, agora, pelo aumento da verticalização. Um bom exemplo dessa mudança vem de Mato Grosso, que, em 2002, exportou US$ 1,7 bilhão e, no ano passado, fechou as vendas externas com US$ 8,5 bilhões, um salto de 373%. Neste mesmo período, o Produto Interno Bruto (PIB) estadual cresceu de forma expressiva, mas em volume menor, em 75,7%. "A maior diferença no aumento das exportações ocorreu no crescimento dos produtos de maior valor agregado", disse o secretário de Indústria e Comércio do Estado de Mato Grosso, Pedro Nadaf.

O secretário citou, como exemplo, o complexo da Sadia em Lucas de Rio Verde. O total do investimento previsto na ampliação do complexo é de R$ 800 milhões e a capacidade de produção deve chegar a 800 mil frangos/dia e 4 mil frangos/dia.

Nadaf também destacou o crescimento expressivo no Estado da produção de biodiesel. Em 2002, havia apenas uma usina em Mato Grosso e, hoje, há 23 em funcionamento. A produção local é a segunda maior do Brasil, com 24% do total do País, superada apenas pelo Rio Grande do Sul, com 26%. O terceiro colocado, Goiás, com 21%, também fica no Centro-Oeste.

Algodão. Outro setor citado foi o de algodão. A Vicunha anunciou a instalação de uma fábrica em Cuiabá. A escolha da cidade ocorreu por causa da proximidade da principal matéria-prima, já que Mato Grosso é o maior produtor brasileiro de algodão. A indústria, que deve entrar em funcionamento em três anos, terá capacidade para processar 65 mil toneladas de algodão e produzir 72 milhões de metros de tecidos por ano. O investimento previsto é de R$ 350 milhões.

A secretária de Desenvolvimento da Agricultura, Produção, Industrial, Comércio e Turismo de Mato Grosso do Sul, Tereza Cristina Correa da Costa, destacou que o desenvolvimento da economia em seu Estado passa mais pelo incentivo à produtividade do que na expansão da área de plantio.

Ela citou os investimentos feitos para facilitar a atuação dos produtores, como o programas de tratamento fiscal diferenciado, entre os quais o MS Empreendedor. Segundo a secretária, o Estado dispõe para 2010 de R$ 4,2 bilhões do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste. / P.F.

DEBATEDORES

Glauber Silveira
Presidente da Aprosoja
O principal problema é logístico. Gasta-se muito e sobra pouco para o produtor. Perde-se, por exemplo, 80% do valor do milho no frete. Os custos ferroviários precisam ser reduzidos. Para ele, os modais ferroviários e hidroviários devem ser usados para dar maior produtividade e eficiência ao setor.

Luiz Antonio Fayet
Consultor
O agronegócio é a verdadeira galinha de ovos de ouro. Nos próximos dez anos, o Brasil pode superar os Estados Unidos e se tornar o maior fornecedor do mercado internacional. Por isso, é preciso evitar e enfrentar o apagão logístico, começando pelo investimento em ferrovias e hidrovias

Luiz Antônio Pagot
Diretor do DNIT
A demora na liberação das licenças ambientais impede melhoria na infraestrutura da região. Para ele, o apagão da logística se deve ao esquecimento da questão na Constituição de 1988. Contudo, ele acredita que as obras previstas no PAC 1 e 2 podem recuperar o tempo perdido até 2014.

Pedro Nadaf
Secretário de Indústria e Comércio de Mato Grosso
Mato grosso cresceu 11% ao ano nos últimos sete anos. O Estado criou estratégias na área de logística com redução de impacto na questão ambiental. Tem 64% de sua área preservada, 8% área plantada, 25% com pecuária e 3% concentram a população.


Veículo: O Estado de S. Paulo
Publicado em: 06/05/2010

 

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