07/01/2010 - Itambé e Cemil negociam fusão
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Uma megafusão envolvendo cooperativas do setor lácteo, que vem sendo negociada desde 2002, deve ser concluída ainda este ano, incluindo as mineiras Itambé, Cemil e Minas Leite. O processo vem sendo conduzido pela Organização das Cooperativas de Minas Gerais (Ocemg) e envolve também uma cooperativa de Goiás e outra do Paraná. A expectativa é de que a supercooperativa atinja um faturamento anual de R$ 4 bilhões e concentre 10% de toda a captação de leite do Brasil.
Segundo o presidente do Sistema Ocemg, Ronaldo Scucato, que está à frente do processo, a fusão das cooperativas Itambé, Cemil, Minas Leite, Centroleite (Goiás) e Confepar (Paraná) está em processo avançado – e vários encontros já foram realizados para discutir o assunto. “Saímos desses encontros com uma convicção: a aglutinação é uma tendência irreversível e acontecerá, cedo ou tarde, se quisermos desempenhar nosso papel com mais eficiência e auferir melhores ganhos”, afirma.
As commodities, por sinal, com o petróleo à frente, garantiram ontem a oitava alta consecutiva da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), mesmo com o desempenho vacilante das ações no mercado internacional. O índice Ibovespa, referência para o mercado nacional, fechou em alta de 0,7%, para 70.729 pontos. O dólar também subiu 0,64%, a R$ 1,73.
As ações de Vale, BM&FBovespa e Petrobras, que figuram entre as mais negociadas do índice, foram as principais influências positivas sobre o índice. No exterior, o índice Reuters-Jefferies de commodities subia 1,5%, enquanto o petróleo superava US$ 83 por barril, ajudando o índice brasileiro a registrar a maior pontuação em 19 meses.
Entre os ativos de maior peso do Ibovespa, Petrobras PN subiu 1,35%, a R$ 37,50; Vale PNA avançou 2,08%, a R$ 45,05; Itaú Unibanco PN perdeu 0,86%, para R$ 40,03; BM&FBovespa ON teve aumento de 3,76%, para R$ 13,49; e Gerdau PN se valorizou 0,66%, R$ 30,30.
Para os analistas da Itaú Corretora, o comportamento do mercado de ações em 2010 deve ser dividido em duas etapas. A avaliação é que é impossível não ser otimista no curto prazo, tendo em vista a combinação de fundamentos sólidos, investimento externo e crescimento apoiado em demanda doméstica e investimento privado. Por essas razões, a corretora acredita que o Ibovespa deve bater os 85 mil pontos antes do final do ano, o que representa uma alta de 21% sobre a linha atual dos 70 mil pontos.
Já os pontos que tiram brilho de tal cenário e apontam para um final de ano pouco memorável na Bovespa são a possibilidade de um ciclo de aperto monetário, aumento do risco político em função das eleições e a realização de um imenso aporte de capital na Petrobras como forma de financiar o pré-sal.
FLUXO DE DÓLAR VOLTA AO AZUL
O fluxo cambial voltou a ficar no azul em 2009 depois da forte saída de dólares no fim de 2008 em meio aos desdobramentos da crise financeira. Resultado anual divulgado ontem pelo Banco Central (BC) mostra que a entrada de dólares superou a saída de recursos no Brasil em US$ 28,732 bilhões no ano passado, o terceiro maior ingresso de dólares da série histórica do BC, iniciada em 1982. O resultado só é menor que o de 2007 (US$ 87,454 bilhões) e o de 2006 (US$ 37,270 bilhões). O número também é bem diferente do observado em 2008, quando o país perdeu US$ 983 milhões. Segundo o BC, dezembro de 2009 foi o nono mês consecutivo em que o fluxo de dólares foi positivo para o Brasil. Dados mostram que o país recebeu US$ 1,986 bilhão no mês passado, resultado oposto ao observado em dezembro de 2008, quando o Brasil amargou a fuga de US$ 6,373 bilhões.
Veículo: O Estado de Minas
Publicado em: 07/01/2010