1/7/2009 - Empresas já se ajustam para demanda maior

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Cibelle Bouças, Cláudia Facchini, Bianca Ribeiro*, Carolina Mandl e Sérgio Bueno, de São Paulo, Porto Alegre e Recife
  
Algumas empresas que atuam diretamente nos segmentos beneficiados pela prorrogação da redução de impostos e pela queda no custo de financiamento de bens de capital já projetam um ano com aumento de vendas na comparação com 2008 e com recontratação de pessoal. Companhias que demitiram no auge da crise estão readmitindo funcionários e outras, que concederam férias coletivas, reforçam a produção com temporários.

A redução do IPI para eletrodomésticos permitiu à Whirlpool , fabricante das marcas Brastemp e Consul, recuperar no segundo trimestre a queda registrada no trimestre anterior e a contratar 1,2 mil trabalhadores a partir de maio. O diretor de relações institucionais da Whirlpool Latin America, Armando Ennes do Valle Júnior, afirma que as vendas da empresa até março caíam em média 16%. Fogão, por exemplo, registrava queda de 20%. "Na primeira quinzena de abril, antes do anúncio do IPI, as vendas apresentavam queda de 15% a 20%. A medida chegou quando a indústria estava tirando o pé."

A Whirlpool operou com jornada reduzida no início do ano e em abril aventava a possibilidade de reduzir o quadro de funcionários. "Maio foi excepcional, as vendas cresceram 20% em relação a maio do ano passado. Junho aponta para crescimento de 15%", afirma Valle Júnior. Com isso, a empresa estima encerrar o primeiro semestre com produção igual à registrada no mesmo intervalo de 2008. Para o ano, a empresa voltou a prever crescimento de 4% sobre o ano passado - ao longo do primeiro trimestre essa projeção havia sido revista para uma queda de até 6%.

Valle Júnior diz que a recuperação da demanda pelo varejo em função do IPI reduzido obrigou a empresa a ampliar o quadro de pessoal. Desde maio, a Whirlpool contratou 1,2 mil trabalhadores por prazo determinado e, desse total, 300 já foram efetivados. "Agora é preciso entender o que vai acontecer com o consumo", diz Valle Júnior, sobre a possibilidade de novas efetivações. Ele acredita que a demanda crescerá de maneira mais linear nos próximos meses.

Patrício Mendizabal, presidente da Mabe, que fabrica produtos da linha Dako e GE no país, afirma que desde a redução do IPI para a linha branca, as vendas da empresa aumentaram de 20% a 30% em relação ao mesmo intervalo do ano passado, mas não sabe quanto é devido ao IPI reduzido.

No caso da Latina, que fabrica tanquinhos e tem 45% da receita associada ao produto, o aumento do volume de vendas foi de 30% no período de vigência do IPI, o que levou a uma expansão de 35% na produção. Para tanto, o presidente da empresa, Valdemir Gomes Dantas, diz ter elevado o número de funcionários em 10%, o que recompôs as demissões feitas em novembro. A empresa tem hoje 300 funcionários. "Com a prorrogação da redução do IPI, a garantia é que não haverá demissões", diz Dantas. O conjunto de medidas, que estabelece um cenário para o setor até dezembro, também permite ao empresário estimar um crescimento de 10% a 15% para a receita deste ano, em comparação a 2008.

Rodolfo França Jr., diretor da Lojas Insinuante, maior varejista de eletroeletrônicos do Nordeste, afirma que a rede manteve as encomendas de produtos que tiveram redução de IPI no mesmo patamar dos últimos dois meses. A prorrogação do incentivo, acrescenta, era uma medida esperada. Segundo ele, as indústrias estão conseguindo entregar os pedidos, mas os estoques estão em níveis muito baixos. "O mercado está trabalhando da mão para a boca, como se diz no setor", diz França. A indústria está vendendo tudo que produz. Como o abastecimento está muito ajustado, sem folga, qualquer problema de logística já é suficiente para provocar a falta de produtos nas prateleiras.

A prorrogação da redução das alíquotas de IPI sobre os materiais de construção está levando a fabricante pernambucana de tintas Iquine a ampliar seu quadro de funcionários em 10%. Com a contratação de 50 trabalhadores, a Iquine retorna aos níveis do ano passado. Segundo Leonardo Vasconcelos, gerente nacional de vendas da Iquine, o volume de tintas vendidas no primeiro semestre foi 3% menor que o do mesmo período do ano passado. A projeção para o ano, porém, com o empurrão da redução de impostos, é de um incremento de 8%. "Com a mudança no IPI, estamos reformulando todo o planejamento de produção", explicou. A fábrica, em Jaboatão dos Guararapes, na região metropolitana do Recife, já começou a operar em três turnos e nos fins de semana. As mesmas medidas serão adotadas em Serra (ES).

O presidente do Sindicato das Indústrias de Cerâmica para Construção e de Olaria de Criciúma (Sindiceram), Otmar M&uum"

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