13/07/2010 - Safrinha achata preço e vai para o armazém
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Com a colheita de inverno em cerca de 20%, os preços do milho voltaram a cair no Paraná, sinalizando excesso de oferta. Os cinco leilões com prêmio para escoamento da produção (PEP) que a Companhia Nacional de Abas tecimento (Conab) realizou nas últimas semanas vinham provocando pequenas elevações, mas a tendência se inverteu logo que a nova safra começou a chegar ao mercado. Os preços ao produtor caíram 2,4% na última semana, para a média de R$ 13,20 a saca de 60 quilos, mostra pesquisa da Secretaria Estadual da Agricul tura (Seab). Frustrados com as cotações, os agricultores afirmam que vão levar o milho direto para os armazéns.
A boa produtividade anima o produtor, apesar de os preços reduzirem o potencial de renda da safra. Não é à toa que apenas 5% das 5,9 milhões de toneladas a serem colhidas foram comercializadas até agora. Também continuam nas mãos dos produtores 40% das 6,9 milhões de toneladas do cereal colhidas no verão. O volume armazenado atualmente – cerca de 4,5 mi lhões de toneladas – pode do brar até o final da “safrinha”, pequena apenas no nome. A colheita de milho de inverno é 32% maior que a do ano passado e 0,5% menor que o recorde de 2007/08.
O preço baixo barra a comercialização em Campo Mourão. Os agricultores estão recebendo R$ 12,60 por saca na região, a menor média do estado – equivalente aos custos variáveis, que não incluem depreciação de máquinas nem remuneração pelo uso da terra. Com médias que chegam a 6,2 mil quilos por hectare – 40% acima da marca estadual de 4,4 mil kg/ha –, os agricultores estão lotando silos próprios ou de cooperativas, à espera de preço melhor.
“Não dá nem para pensar em vender ao preço de mercado. Seria uma loucura. Todas as contas fechariam no vermelho”, afirma Joel Amarzim de Carva lho, que estima produtividade de 5,4 mil quilos por hectare. Com uma área de 180 hectares, vai precisar espaço para perto de 1 milhão de toneladas do cereal.
Fora os preços e o problema da armazenagem, ele não tem do que reclamar. “A produção está excelente para todos que apostaram no safrinha.” Te mendo falta de espaço nos armazéns da região, começou a colher dez dias antes do previsto.
Atualmente, não há superlotação, relata o analista técnico-econômico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) Robson Mafioletti. Ele considera que, desde o início do ano, quando a armazenagem atingiu seu limite no estado, já foram escoados cerca de 4,5 milhões de toneladas de soja, 1,5 milhão de toneladas de farelo de soja e 400 mil toneladas de milho. Por outro lado, Mafio letti não descarta superlotação nos próximos meses caso os produtores estoquem o milho e o trigo, que está em fase final de plantio e deve render 3 milhões de toneladas. “O problema da falta de espaço pode voltar a ocorrer nas regiões Oeste e Norte do estado, que mais colhem milho nesta época do ano”, aponta o especialista.
Veículo: Site Expresso MT
Publicado em: 13/07/2010