21/02/2011 - Unimed Brasil vai mudar modelo operacional
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Detentora de 37% do mercado nacional de planos de Saúde, com 17 milhões de usuários e 110 mil médicos cooperados, dos quais 1.100 no Ceará, a Unimed Brasil vai mudar o modelo operacional até o fim do ano. A estratégia é transformar grande parte das operadoras em unidades prestadoras de serviços locais, mantendo-as agrupadas em federações estaduais.
No Ceará, por exemplo, a ideia é transformar as nove unidade que operam no Interior, em quatro operadoras e cinco prestadoras de serviços, além de se criar novas unidades singulares. A remodelagem do sistema nacional, do qual a Unimed Fortaleza não participa, foi antecipada ontem, pelo presidente da Unime Brasil, o médico nefrologista, Eudes Aquino.
Em Fortaleza, onde apresenta na manhã de hoje, os resultados de 2010 e as perspectivas para este ano, Aquino explicou que a estratégia tem o objetivo de reduzir custos operacionais internos e promover melhorias endógenas, sem implicar em custos novos à clientela. Conforme antecipou com exclusividade para o Diário do Nordeste, isso seria possível com a centralização de atividades contábeis, jurídicas e de gestão nas operadoras, o que permitiria a abertura de novas prestadoras de serviços e consequente expansão da rede Unimed no País.
Segundo ele, o projeto "não visa lucro", mas a repaginação do plano de saúde no mercado, como forma de ampliar as receitas, melhorar a qualidade dos serviços e garantir mais trabalho aos médicos cooperados. Além disso, avalia, o novo modelo daria maior agilidade de atendimento, permitiria a geração de dados para criar parâmetros gerenciais e organizacionais internos mais apurados, bem como ampliaria a inter cooperação entre as cooperativas.
Ele ressaltou no entanto, que o novo modelo estratégico ainda será apresentado a todos os cooperados no País, a partir de julho próximo. "Essa discussão começa no meio do ano e, progressivamente, vai sendo implantada ao longo do ano. Essa é a nossa ideia, que iremos submeter aos pares", salientou. Ele garantiu que a independência das unidades será mantida.
Ao comemorar 35 anos em 2010, a Unimed Brasil anuncia a presença em 83% do território nacional, a disponibilidade de 99 hospitais próprios e 3.244 hospitais credenciados, que ofertam 330,2 mil leitos entre próprios e de terceiros. Para Aquino, além da infraestrutura, a qualidade dos serviços é o que justifica a participação de 37% do plano no mercado e o crescimento na demanda.
Filas
Ele reconhece no entanto, que o incremento na procura pelos serviços médicos, em parte estimulada pelo aumento das classe C, vem gerando demora no tempo de atendimento das consultas. Aquino argumenta, porém, que ainda persiste no Brasil a cultura do consumo, que também contagia o setor de saúde.
"Grande parte dos pacientes que são atendidos nos serviços de urgência, vão por conveniência pessoal e não por ter uma urgência, uma emergência para ser atendido", questiona.
"Isso não é uma critica, porque o paciente tem o direito de fazer o que bem entender, mas isso sobrecarrega o atendimento de pessoas na emergência, o que também acontece nos consultórios", justificou.
Diante do impasse recorrente em vários planos de saúde privados, a Agência Nacional de Saúde (ANS), estuda a possibilidade de baixar resolução determinando o prazo máximo de sete dias, para o atendimento de consultas por parte dos planos de saúde. "Criada há 12 anos, a ANS presta um grande serviço, mas agora se arvora de poder de polícia, de um poder regulador que ele não dispõe no texto legal que a criou e começa a interferir nas unidades de medicina privada", reagiu Aquino.
"Essas história se arbitrar tempo de consulta não é responsabilidade da ANS. Esse controle do tempo de consulta, de atendimento do paciente é prerrogativa do profissional médico", argumenta o presidente da Unimed Brasil. Conforme disse, o tema será levado a debate das assembleias das cooperativas e os médicos cooperados é que irão avaliar se essa medida é procedente, se é exequível ou se é mais uma intervenção da ANS, para tentar normatizar as ações do setor.
Parcerias públicas
Para o médico, uma solução para esse problema, bem como promover a ampliação dos serviços médicos às camadas mais carentes da população, notadamente das classes sociais D e E, seria estabelecimento de Parcerias Público Privadas (PPP) no setor de saúde. De acordo com ele, a Unimed Brasil formatou e apresentou à União um projeto de quatro anos, nesse sentido, para uma parceria com os governo Federal, estaduais e municipais. Segundo disse, o projeto de PPP foi proposto em várias esferas, mas foi barrado por questões políticas, que ele preferiu não mencionar.
CARLOS EUGÊNIO
REPÓRTER
Veículo: Diário do Nordeste
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