3/6/2008 - Marcos regulatórios em outros países ditarão rumos do etanol
Clique aqui para ler todo o clipping
SÃO PAULO - Brasil e Estados Unidos apostam em projetos de etanol em países da América Central e Caribe para internacionalizar o produto. Os primeiros estudos feitos depois da assinatura do acordo bilateral de cooperação em biocombustíveis com base em pesquisas nessas regiões, firmado em 2007, começam a ser apresentados aos governos locais e a expectativa agora é a de que seja estabelecido um movimento de marcos regulatórios que irá ajudar a fazer do etanol uma commodity. No mercado interno, o Brasil aguarda a definição de novos marcos que limitem a expansão da lavoura de cana-de-açúcar para ganhar mercados.
Segundo Cleber Guarany, coordenador dos projetos de biocombustíveis da unidade de projetos da Fundação Getulio Vargas (FGV), é grande a potencialidade da América Central e Caribe na implementação de programas de bioenergia. A capacidade de produção de etanol dos projetos desenvolvidos em países como a República Dominicana chegam a 400 milhões de litros por ano. "Estamos apresentando esses estudos e os governos devem fazer um marco regulatório para deflagar esses investimentos, que deverão começar a sair do papel, e a iniciativa privada entrar no mercado e investir", disse Guarany.
Para ele, a produção de bioenergia nesses países é um caminho sem volta pela necessidade de empregabilidade e independência do combustível fóssil. "É evidente que esse movimento vai ajudar a estabelecer o etanol como commodity mundial", avalia.
De acordo com Guarany, outros países deverão normatizar o setor de bioenergia, facilitando a expansão do Brasil no comércio mundial. "Coreia do Sul, Japão e Suécia irão estabelecer um marco regulatório. Os países vão fazer isso ou por força da questão ambiental, pela necessidade energética, ou para melhorar sua balança comercial com países produtores e o Brasil acaba se inserido no aumento de demanda como grande player abastecedor desse mercado", afirmou.
Hoje, a FGV-Projetos irá apresentar o resultado dessas pesquisas para lideranças do setor durante o Ethanol Summit em palestra que irá discutir vantagens dos investimentos em biocombustíveis. O estudo aponta dados sobre a matriz energética e local que vão desde capacidade de produção à investimentos totais.
Ontem, durante o Ethanol Summit, as discussões à respeito de novos mercados para o etanol giraram em torno das barreiras tarifárias e não-tarifárias, sendo a questão da sustentabilidade hoje a mais importante. Para Jane Earley, sócia-gestora da Earley & White Consulting Group, LLC, os padrões da Organização Mundial do Comércio (OMC) estão sendo adotados apenas pelo setor provado. "É importante para o Brasil ser o criador desses padrões", avalia a advogada.
Já Per Carstedt, um dos fundadores do grupo Sekab e presidente da Fundação de Bioálcool Combustível, organização sem fins lucrativos focada no desenvolvimento, implementação e produção de biocombustíveis para uso em transportes, disse que o mercado de etanol oferece muitas incertezas e é importante criar regras futuras para o comércio. "A incerteza caracteriza a indústria internacional de etanol", afirmou Carstedt, que defende que o etanol deve ser livre de tarifa de importação.
A expansão da normatização do setor também foi discutida por Miguel Rosseto, presidente da Petrobras Biocombustível. Segundo ele, a definição de marcos regulatórios que limitem a expansão da lavoura, como o zoneamento agrícola da cana, irá ajudar na expansão do mercado internacional para o etanol brasileiro já que funcionam como garantia aos novos investidores no setor sucroalcooleiro, como as empresas de petróleo. Rosseto usou como exemplo a própria Petrobras que está focada nas vendas externas, mas encontra dificuldade em encontrar mercados seguros, que fechem contratos de longo prazo de compra de etanol. "Estamos mantendo nossa disposição em prospectar novos mercados para exportar etanol", afirmou.
De acordo com o presidente da Petrobras, a empresa estuda a instalação de unidades produtoras de biodiesel em alguns países europeus. "Estamos trabalhando em algumas rotas tecnológicas diferenciadas para estes mercados e estudando os marcos regulatórios europeus", disse.
Japão, Coreia do Sul e Suécia estão prestes a estabelecer um marco regulatório para uso de bioenergia na sua matriz. A ação, em conjunto com projetos desenvolvidos por Brasil e EUA, deve abrir novos mercados para o etanol.
Brasileiros e norte-americanos apostam em programas de etanol em países da América Central e do Caribe para internacionalizar o produto. Os primeiros estudos feitos depois da assinatura do acordo bilateral de cooperação em biocombustíveis com base em pesquisas nessas regiões, firmado em 2007, começam a ser apresentados aos governos locais, e a expectativa agora é de que seja estabelecido um movimento de marcos regulat&oac"