3/8/2009 - Sicredi se reestrutura, reforça a equipe e se prepara para crescer
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Sérgio Bueno, de Porto Alegre
Caco Argemi/Valor
A equipe do Sicredi: Edson Nassar, diretor executivo de Produtos e Negócios, Ademar Shardong, presidente, Denílson Mascarenhas, diretor de TI e Fernando Marchet, diretor de Administração Finanças.
Renovado pela reestruturação operacional e administrativa concluída no primeiro semestre e pelo reforço da equipe com a contratação de dois novos executivos, o Banco Cooperativo Sicredi resolveu partir para a briga por mais espaço no mercado financeiro com um portfólio ampliado de produtos e serviços. A intenção é triplicar o volume de ativos, que em junho totalizavam R$ 14,5 bilhões, e operações financeiras em três anos e multiplicar também por três, para 4,5 milhões, o número de associados - equivalentes à figura dos clientes nos demais bancos - num prazo de cinco anos, revela o presidente-executivo da instituição, Ademar Schardong.
O primeiro passo foi a criação de uma holding para consolidar os números de 133 cooperativas de crédito em dez Estados das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Norte, do banco e das empresas vinculadas (administradora de cartões, de consórcios e corretora de seguros), da confederação e da fundação Sicredi. Na holding, um conselho de administração com cinco representantes das cooperativas, cinco das centrais regionais e dois externos (ainda não escolhidos) toma as decisões estratégicas do sistema, que antes operava com um conselho no banco e outro na confederação, instância administrativa acima das centrais e das cooperativas individuais.
Segundo Schardong, o Sicredi está negociando com o Banco Central para publicar o primeiro balanço consolidado do sistema já no ano que vem. Até agora, o banco, a confederação, as cinco centrais regionais e as 133 cooperativas apresentam seus próprios números, o que compromete em muito a transparência das informações. Com o novo modelo, o banco pretende ainda obter enquadramento em agências de classificação de risco para fazer operações de captação mais sofisticadas e ampliar sua capacidade de financiamento, assim como os limites de empréstimos das cooperativas individuais.
Recém contratado, o novo diretor de produtos e negócios, Edson Nassar, ex-Citibank, explica que além de aumentar o número de associados (para abrir uma conta em uma cooperativa de crédito é preciso se associar a ela), a ideia é fazer com que eles concentrem o máximo de suas operações financeiras com o banco. Constituída em 1995 como um instrumento das cooperativas para acessar o mercado financeiro e os programas oficiais de financiamento, a instituição já opera com praticamente todos os produtos disponíveis no mercado, incluindo depósitos à vista e a prazo, poupança, fundos de varejo e atacado com ativos de R$ 6 bilhões, seguros e consórcios, mas a meta de expansão exige uma oferta ainda maior, reconhece o executivo.
De acordo com ele, para o fim de agosto já está prevista a oferta de um consórcio imobiliário. Depois, no "médio prazo", serão abertas linhas de crédito imobiliário e leasing e em outubro será concluído o piloto para o lançamento do cartão múltiplo com bandeira própria, que já soma 110 mil plásticos em teste aceitos em 11 mil pontos de venda (POS). O produto tem potencial para atingir, nas bases atuais, 1 milhão de associados, acredita Nassar. O banco já emitiu 1,1 milhão de cartões com a bandeira Visa, que permanecerá como parceira da instituição.
Com o foco voltado para pessoas físicas e micro e pequenas empresas rurais e urbanas, o banco pretende ampliar a relação com o segmento corporativo a partir de operações conveniadas como o gerenciamento de fluxo de caixa em troca de financiamentos para fornecedores ou produtores integrados, no caso das agroindústrias. "Não temos uma área de corporate e não vamos, por exemplo, fazer operações de câmbio para grandes empresas", explica o diretor. "Vamos atender a esse segmento apenas sob demanda".
O banco tem hoje um caixa livre de R$ 6,2 bilhões entre títulos do governo federal e aplicações interfinanceiras de liquidez, mas a ampliação do volume de operações nos próximos anos será acompanhada pelo uso de novas fontes de captação, diz o diretor de administração e finanças, Fernando Marchet, executivo da casa desde 1996. "Estamos analisando os instrumentos mais convenientes e as melhores janelas para utilizá-los", explica. Uma abertura de capital com venda de ações está descartada devido ao caráter cooperativo da instituição. "Isso é inegociável", afirma Schardong.
Conforme Marchet, os ativos totais do banco fecharam junho 11% acima do estoque registrado no mesmo mês de 2008 e devem encerrar o ano em R$ 17,4 bilhões. As operaçõ"