Analista do Sescoop/PE compartilha dissertação com cooperativas

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Recife (1º/2) – Um artigo de mestrado pode auxiliar as cooperativas de saúde a entenderem melhor o resultado de alguns procedimentos médicos na vida dos pacientes. O material desenvolvido pela analista de Cooperativismo e Monitoramento, Jonileide Mangueira, publicado na última edição da revista Ayvu, contextualizou uma pesquisa feita com mulheres que lutaram contra o câncer e como as sequelas da doença afetaram o seu cotidiano. O objetivo do artigo foi provocar uma reflexão sobre como a doença causa problemas não apenas físicos, mas psicológicos e por um longo tempo.

O estudo foi inspirado após a analista se formar em psicologia pela Universidade Paulista em Manaus (Unip/AM). Ela teve contato com vários casos clínicos de transtorno por alimentação e dismorfia corporal, que é a distorção da própria imagem e, muitas vezes, é confundida com a preocupação excessiva pela beleza. Várias pacientes estavam em pleno tratamento contra o câncer de mama. A ocorrência chamou a atenção da psicóloga, que quis estudar mais afundo o problema. Após especializações em massoterapia e acupuntura, era hora de visar o mestrado e abordar a problemática.

Para isso, a atual analista do Sescoop/PE, procurou o Grupo de Apoio às Mulheres Mastectomizadas da Amazônia (Gamma), em 2012, ano de desenvolvimento do artigo. Ela encontrou pessoas em tratamento contra a doença e outras se preparando para a mastectomia, ação que provoca a remoção total ou parcial da mama afetada pelo câncer. O grupo faz parte do Centro de Controle de Oncologia do Amazonas (Cecon).

No local, Jonileide conheceu o trabalho de tratamento da doença e entrou em contato com mulheres que estavam aptas a contar o seu relato de como vivem e se comportam diante da doença e seus resultados. Ao todo, dez pacientes toparam participar. Para garantir a descrição e proteção da identidade da paciente, a analista optou por não revelar seus nomes pedindo para que cada uma escolhesse o nome de uma flor para ser identificada.

“O estudo foi realizado mediante entrevistas gravadas em áudio e partindo da solicitação de que as participantes descrevessem como vivenciaram o momento do diagnóstico, a cirurgia e entrada no Gamma, bem como o que pensam acerca de tudo que envolveu a questão”, relata a analista do Sescoop/PE. A partir daí, os relatos acabaram evidenciando que a experiência do diagnóstico do câncer se transforma em um momento de enorme impacto e propulsor de grandes modificações na vida familiar, pessoal e social.

As alterações no corpo, de acordo com Jonileide, desenvolvem profundas marcas e deixam a mulher bastante fragilizada. “Ser submetida à mastectomia traz consigo a mutilação. Com o tratamento na base da quimioterapia e radioterapia, vem rapidamente a depressão pela perda dos cabelos, cílios e outros pelos corporais. Os resultados gerados pelo câncer de mama não são sentidos só pelas pacientes, mas se alastram por todas as pessoas que convivem em seu meio social”, explica a psicóloga.

A pesquisa de Jonileide foi intitulada de Ela tem peito, sou des-peitada, muito prazer: sou mastectomizada! e valeu o título de mestre em psicologia. O artigo foi publicado na última edição da revista científica digital Ayvu, que divulga, semestralmente, conteúdos inéditos que contribuam para ampliar a reflexão e o estudo sobre temas da área de Psicologia. Agora, a ideia é compartilhar a publicação com as cooperativas de saúde para que elas possam ter mais informações de como se comporta uma paciente de câncer em meio a um tratamento.

“Essa pesquisa foi feita com mulheres que lutavam contra o câncer de mama, mas ela pode ser levada em consideração com outras doenças também. Deixaremos este artigo à disposição dos nossos parceiros para que sempre haja uma melhora no bem estar dos pacientes”, afirma a analista.

O artigo será entregue às cooperativas nas próximas reuniões solicitadas pelo Sescoop/PE. Para conhecer o trabalho, basta clicar aqui. (Fonte: Assimp Sistema OCB/PE)

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