Arquitetura de financiamento do Plano Safra é defendida em reunião com BNDES
O acesso ao crédito por meio de cooperativas financeiras tem aumentado de forma contínua ao longo dos anos, beneficiando cooperados e população em geral. Atualmente composto por 884 cooperativas singulares, quase 14 milhões de associados e mais de 89 mil empregos diretos gerados, o segmento tem potencial para contribuir ainda mais, especialmente, na inclusão financeira das pessoas.
Nesta terça-feira (21), o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, participou de reunião com o diretor Financeiro e de Crédito Digital para Micro e Pequenas Empresas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Alexandre Correa Abreu, para debater pautas prioritárias do cooperativismo e, entre as sugestões apresentadas, defendeu a manutenção da arquitetura de financiamento rural oficial.
Como responsável por 53% da produção nacional de grãos, o cooperativismo sabe de seu protagonismo e vem sendo convidado a participar da construção, ano após ano, do Plano Safra. As quase 1,2 mil cooperativas, que congregam mais de 1 milhão de cooperados do Ramo Agro, têm sido fundamentais para a operacionalização da política agrícola, promovendo a capilaridade das políticas públicas para o segmento agropecuário.
“O adequado atendimento via políticas de crédito e seguro rural às necessidades apresentadas pelo cooperativismo permite que a população rural possa atingir melhores condições de trabalho e renda. Para o Plano Safra 23/24 sugerimos a manutenção da arquitetura de financiamento rural oficial; a equalização das taxas de juros; a disponibilidade de recursos para linhas de investimentos para as coops do agro; o custeio para o pequeno produtor; e um orçamento mais volumoso para o seguro rural”, afirmou Freitas.
O presidente defendeu também o fortalecimento do Programa de Capitalização de Cooperativas de Crédito (Procapcred). Segundo ele, as cooperativas vinculadas aos sistemas Cresol, Sicoob, Sicredi e Unicred são instrumentos de democratização e pulverização do crédito em municípios onde grandes bancos não estão presentes. “Diante deste cenário, é adequado atualizar as condições do Procapcred para ampliar a capacidade de fortalecimento da estrutura patrimonial das coops financeiras”.
Conforme explicado pelo presidente, as sugestões do cooperativismo para o avanço do programa estão separadas em cinco eixos: ampliar o limite financiável; ampliar o prazo de financiamento; ofertar melhores condições de taxas para financiamento; aprimorar as exigibilidades para o público do programa; e aprimorar a forma de apresentação do plano de captação do Procapcred.
O presidente frisou ainda a eficiência, nos aspectos econômico e social, dos programas de Capitalização de Cooperativas Agropecuárias (Procap-Agro), de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária (Prodecoop), para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA) e de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). “Temos dados que comprovam a efetividade destes mecanismos. O Sistema OCB está finalizando sua proposta para o Plano Safra e enviará ao governo com detalhamento sobre o que é prioritário para nós em cada órgão”.