Audiência Pública discute destino da sulfluramida

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Os esclarecimentos sobre o posicionamento do governo brasileiro, na próxima Reunião da Conferência das Partes (COP 4), da Convenção de Estocolmo, que ocorrerá em Genebra, na Suíça, na primeira quinzena de maio/2009, foi tema de Audiência Pública na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, nesta terça-feira (14/4), em Brasília (DF). O secretário-executivo da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Renato Nobile, participou da audiência.

Entre os assuntos que serão tratados na COP 4, está a inclusão da sulfluramida, substância utilizada na fabricação de iscas formicidas, nos Anexos A ou B, para o controle de formigas "cortadeiras", do gênero ATTA (saúvas) e Acromyrmex (quenquéns), insetos que causam graves danos à agropecuária nacional.

No caso da sulfluramida a discussão de hoje se concentrou principalmente na possibilidade de classificação do inseticida nos Anexos A, que proíbe completamente o uso do produto, e no B, que restringe o uso do mesmo. Segundo Nobile, a proibição pode prejudicar os produtores, pois não existe substituto para o produto utilizado atualmente nas lavouras e capaz de eliminar pragas como saúvas e quenquéns.

No Brasil, segundo informações do deputado Moacir Micheletto, autor do requerimento que resultou audiência pública, o prejuízo anual estimado pelo ataque da praga é na ordem de US$ 6,7 bilhões em madeira, numa área de plantações florestais que soma 5,5 milhões de hectares. No caso da cana-de-açúcar, um sauveiro adulto de Atta bisphaerica pode provocar uma perda de 3,2 toneladas de cana/ha, considerando uma produção média de 60 toneladas/ha, gerando, assim, prejuízos na ordem de R$ 3,8 bilhões/ano/cana planta, numa área de 6 milhões de hectares.

Hoje, de acordo com informações do Micheletto, presidente de honra da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop),  a cultura da soja no Brasil representa 22% da produção mundial, com uma projeção de 27% para os próximos anos, alcançando, aproximadamente, 85 milhões de toneladas. Os prejuízos causados pela atuação da praga poderão comprometer a produção do grão e de outras culturas como o milho, frutas e, ainda, causar grandes danos às pastagens, afetando a produção de carnes, bem como a pauta de exportação. Ou seja, a agricultura e o agronegócio não podem correr o risco de serem afetadas por esse tipo de praga.
 

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