BB quer evitar renegociação de dívidas rurais

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O vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil (BB), Luiz Carlos Guedes, quer implementar mecanismos para diminuir as sucessivas renegociações e prorrogações das dívidas dos produtores rurais. “Este é o caminho natural para o fortalecimento da agricultura e do agronegócio brasileiro”, disse Guedes durante audiência pública, nesta terça-feira (19/5), no Senado.

Ele participou da audiência junto com os dirigentes do Banco do Brasil para prestar esclarecimentos sobre a política de liberação de recursos para o agronegócio com vistas ao enfrentamento da crise internacional. A audiência foi proposta pelo senador Gilberto Goellner, membro da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop). Também participou da audiência o diretor de Agronegócios do BB, José Carlos Vaz.

Entre as providências a serem tomadas, estão o aperfeiçoamento do seguro rural e da política de garantia de preço dos produtos agrícolas. Para Guedes, essas constantes renegociações e prorrogações ocorridas ao longo dos últimos 20 anos vêm causando mal-estar para os agricultores, o Tesouro Nacional e os agentes financeiros, especialmente o Banco do Brasil, responsável, segundo Guedes, por mais de 60%do financiamento da agricultura. Como solução ele defendeu a criação de uma política econômica específica para a agricultura, dando o tratamento diferenciado que a mesma exige, modelo adotado por muitos países.

O senador Raimundo Colombo fez um apelo aos dirigentes do Banco do Brasil e pediu agilidade na liberação dos recursos, já que, para o senador, apesar de o crédito existir no BB, esse recurso não chega aos produtores rurais e suas cooperativas, que estão tendo que diminuir suas atividades.

Em resposta, José Carlos Vaz assegurou que existe uma forte orientação dentro do banco para dar o máximo de crédito possível para as cooperativas regularizadas, de modo que as mesmas não tenham necessidade de recorrer a empréstimos de taxa livre.

O senado Gilberto Goellner, por sua vez, sugeriu um grupo de trabalho que envolvesse os ministérios da Fazenda e da Agricultura, os bancos Central e do Brasil, a Comissão de Agricultura do Senado e representantes do agronegócio para fazer uma avaliação do panorama das dívidas rurais e do crédito e discutir um novo modelo de riscos e renda para a agricultura. (Foto: Agência Senado)

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