Código Florestal mobiliza Ribeirão Preto
Logo após a audiência pública promovida na última quarta-feira (3/2), em Assis, para que a Comissão Especial da Câmara dos Deputados ouvisse os interessados sobre mudanças no Código Florestal, os parlamentares de Brasília, em número de oito, partiram de avião para Ribeirão Preto, para mais uma audiência. Como diz o presidente da Comissão, deputado Moacir Micheletto, “o Congresso está percorrendo todos os Estados brasileiros para que esta comissão possa ser pautada pelo povo”.
Ao chegar no centro de convenções de Ribeirão Preto, os integrantes da Comissão encontraram o auditório principal completamente lotado: 1.400 pessoas sentadas nas cadeiras e 600 no chão. No auditório menor, ao lado, mais 600 pessoas aguardavam a transmissão pelo telão.
Os deputados conduziram a audiência e, da mesma forma que em Assis, fizeram suas ponderações. O diferencial ficou para o público, que se dividia entre produtores rurais, ambientalistas e os sem-terra. O MST marcou presença e sempre se manifestava nas falas que enalteciam a importância do agronegócio. Um dos momentos mais marcantes teve como personagem o deputado Aldo Rebelo. Durante seu discurso, sempre puxando para o nacionalismo, defendendo a agricultura brasileira de interesses de estrangeiros, o deputado foi efusivamente interrompido por vaias dos manifestantes.
A falta de respeito dos sem-terra, como assim apontou Micheletto, fez o presidente da Comissão interromper a sequência do evento para chamar a atenção dos manifestantes. “É bom que a imprensa esteja aqui para registrar o momento: os agricultores todos sentados a ouvir respeitosamente os pronunciamentos e, de outro lado, a falta de educação do MST”.
Micheletto encerrou a audiência às 19h15. Segundo o deputado, o projeto do novo Código Florestal deve ser elaborado e entregue no mês de março, indo para votação já em abril. A Ocesp, que apoiou também o evento de Ribeirão Preto, esteve representada por seu presidente, Edivaldo Del Grande.
Entre os componentes da mesa, além dos deputados, estavam o presidente da OCB, Marcio Lopes de Freitas, e o secretário da Agricultura de São Paulo, João Sampaio, que defendeu a remuneração dos produtores para que eles possam preservar a mata. “Se a gente incentivar o produtor, se ele for remunerado, muitos poderão optar por recompor as suas áreas. O que não dá é dizer para o produtor, que já tem renda deficiente, que ele vai deixar de produzir em 20% da propriedade”. (Fonte: Ocesp)