Câmara Setorial vai defender melhorias para o setor de fibras
A abertura do mercado brasileiro à importação de sacarias feitas de fibra foi tema da primeira reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Fibras Naturais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O encontro ocorreu nesta terça-feira (30/8), em Brasília (DF). A expectativa é de que o fórum consultivo atue sob uma ótica democrática e participativa, promovendo diálogos que consolidem e levem adiante as demandas dos produtores.
“A reunião de entidades privadas e governamentais, com uma periodicidade definida, será muito eficiente para o nosso setor”, disse o presidente da Câmara, Wilson Andrade. O grupo é composto por representantes de mais de 15 instituições das cadeias produtoras de juta, malva, piaçava, seda, bambu e sisal e tem a missão de discutir melhorias para o setor.
A presidente da Cooperativa Mista Agropecuária de Manacapuru-AM (Coomapem), Eliana Medeiro, representa a produção de juta e malva no estado do Amazonas. “É necessário socializar e conhecer as particularidades de toda a cadeia produtiva de fibras, que comprovadamente alavanca a economia do país. Estamos preocupados com a importação, principalmente porque expandimos recentemente a atividade para mais cinco municípios do estado”, afirmou. Atualmente, mais de 40 mil pessoas no estado dependem da venda da fibra que dá origem às sacas.
O coordenador-geral de Apoio às Câmaras Setoriais e Temáticas, Aguinaldo José de Lima, também acredita que esse modelo de negócio é importante para o País, por atuar com sustentabilidade. “As fibras naturais têm muita importância social e ambiental, pois são capazes de substituir materiais plásticos e sintéticos e, por isso, merecem a atenção dos governos”, afirmou.
Os demais integrantes da Câmara também ressaltaram o peso social da cultura das fibras, citando como exemplo o semiárido nordestino, onde mais de meio milhão de pessoas são empregadas no cultivo do sisal.
Pesquisa - Os apontamentos feitos pelos membros da Câmara surtiram efeitos. Após o relato da presidente da Coomapem, o grupo propôs a participação direta da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) nas reuniões para aprofundar os estudos sobre a produção de fibras. “O presidente da Câmara Setorial se prontificou a enviar um ofício à Embrapa sugerindo a criação de uma unidade específica para tratar de fibras naturais”, destacou Eliana. “É preciso o apoio da Embrapa e do governo para conseguir colocar as fibras naturais no mercado interno e combater as dificuldades que temos na exportação”, complementou Wilson Andrade.
O presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas, reforçou a importância do trabalho realizado pelos produtores do Amazonas e garantiu que vai trabalhar intensamente para que essa iniciativa não perca força. "Esse é o nosso papel. Sabemos dos entraves burocráticos que envolvem uma ação como essa, mas a OCB fará o que estiver ao seu alcance para que a promessa seja levada adiante. A melhoria nos processos de produção de juta e malva trará benefícios não só aos produtores, mas a toda uma rede que dela se beneficia", afirmou.
A próxima reunião da Câmara Setorial de Fibras Naturais está marcada para 17 de novembro, em Salvador (BA), quando também será realizado o Encontro Internacional de Fibras Naturais.
(Com informações – Assessoria Mapa)