Câmbio volátil nos próximos meses, prevê Nathan Blanche

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O dólar deve manter-se entre R$ 1,70 e R$ 1,65 no fim do ano e em 2011. A estimativa é do consultor e sócio da Tendências Consultoria Integrada, Nathan Blanche, que deu início à programação da tarde do Seminário Tendências do Agronegócio - Cenário para 2011, nesta terça-feira (19/10), em Curitiba. Blanche ministrou palestra sobre  a política cambial e seus desdobramentos no agronegócio brasileiro. "Dado aos fundamentos da economia - pujança nas exportações do agronegócio, demanda crescente da China, balança comercial e influxo de capitais favoráveis - tudo nos faz crer na apreciação do câmbio", afirmou. Ao comentar sobre as oscilações do câmbio, Nathan lembrou de uma frase do ex-ministro da Fazenda, Mário Henrique Simonsen: "se inflação aleija, câmbio mata!".

O especialista, no entanto, faz ressalvas e prevê "certa volatilidade" do mercado nos próximos meses, devido a duas incertezas: o nível de interferência do governo - quantos recursos fiscais serão disponibilizados para equilibrar o câmbio - e a incógnita sobre quem serão os futuros ministro da Fazenda e presidente do Banco Central. "Em 2002, quando foram anunciados os nomes de Antonio Palocci e Henrique Meirelles, o câmbio - que estava em R$ 3,8 - caiu 50% em dois meses", lembrou.

Para Blanche, o fluxo de capitais que "inunda" o Brasil de dólares não se manterá nos próximos anos. "Há uma bolha de poupança externa devido ao baixo crescimento dos países ricos. Em três ou quatro anos, ela (poupança externa) não estará mais disponível para os países emergentes", disse.

O consultor prevê um crescimento de 7,2% no PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil em 2010, com desempenho menor em 2011 (4,8%) e 2012 (3,2%). Na opinião de Blanche, para que o país continue crescendo, seja qual for o governo eleito em 2010, é preciso "manter a política econômica, promover reformas institucionais (fiscal e trabalhista) e investir pesado em educação e infraestrutura", defende. "Dessa forma trilharemos um caminho de crescimento, para que sejamos comparáveis à Austrália e não à Venezuela", finalizou.
(Fonte: Ocepar)

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