Cemil estima crescimento de até 5%
A Cooperativa Central Mineira de Laticínios (Cemil) deverá encerrar o ano com aumento entre 4% e 5% no faturamento. A empresa, que até o início do segundo semestre acumulava perdas próximas a 15%, conseguiu recuperar o prejuízos provocados pela redução dos preços do leite ao longo do primeiro semestre.
Em 2010, a Cemil investiu cerca de R$ 30 milhões nas obras de ampliação da unidade de Patos de Minas, no Alto Paranaíba. Os investimentos totais da empresa entre 2010 e 2012 ficarão próximos a R$ 85 milhões.
De acordo com o presidente da Cemil, João Bosco Ferreira, as expectativas para 2011 são positivas. Uma das principais apostas para o próximo exercício é a inauguração da expansão da fábrica localizada em Patos de Minas, que está prevista para março. A unidade irá produzir, em princípio, leite condensado e na segunda fase leite em pó.
A recuperação do faturamento da Cemil, cujo valor não foi informado, se deve à redução dos preços pagos aos produtores em plena entressafra. Além disso, com a queda da produtividade a demanda ficou maior que a oferta o que valorizou os preços do leite industrializado.
Segundo Ferreira, o mercado de lácteos em Minas Gerais ainda está lento. Um dos principais desafios para recuperar o segmento em 2011 será no maior controle do câmbio para que as exportações de leite em pó sejam impulsionadas.
Com os baixos preços praticados no exterior, as indústrias exportadoras ainda não retomaram os volumes de vendas registrados no período pré-crise e optaram por comercializar o produto no mercado interno.
Embarques
De acordo com os dados da balança comercial do agronegócio em Minas Gerais, o faturamento das exportações mineiras de lácteos teve queda de 48,6% entre janeiro e outubro. O montante ficou em US$ 27,125 milhões contra US$ 52,821 milhões obtidos no mesmo período de 2009. O volume exportado foi de 10,943 mil toneladas, com retração de 50,8%. A tonelada está avaliada a US$ 2,478 mil.
Segundo Ferreira, outro fator que está afetando o crescimento da indústria de lácteos são os preços pagos aos produtores, que estão em alta no período de safra, chegando a R$ 0,83 por litro em dezembro.
A alta provocou aumento dos custos nas indústrias e dificuldade de repasse dos valores para o consumidor final que, diante do aumento do litro do leite longa vida nos supermercados, reduziu o consumo. O valor atual do litro está em torno de R$ 1,60 na indústria, enquanto para os consumidores gira em torno de R$ 1,80.
A aposta da Cemil para alavancar a rentabilidade é na ampliação do mix de produtos. A expansão da planta da empresa tem como objetivo a produção de leite condensado e posteriormente de leite em pó, que apresentam maior valor agregado.
O investimento na unidade de Patos de Minas será dividido em duas fases. Em princípio, a planta irá produzir leite condensado e a capacidade de captação de leite será duplicada já em 2011, sendo que hoje a coleta está próxima de 400 mil litros de leite por dia. A capacidade produtiva total da unidade será de 1 mil litros ao dia. Nessa fase serão realizados aportes próximos a R$ 30 milhões.
Adaptação
Após a conclusão da primeira fase serão investidos R$ 20 milhões na adaptação da indústria para a fabricação de leite em pó. Através da expansão do mix, a Cemil pretende iniciar as exportações de leite em pó e condensado, o que favorecerá o fortalecimento da cooperativa no mercado de lácteos.
O segundo projeto da cooperativa para 2011 é a construção de uma planta para o processamento de 200 mil litros de leite diários em Caruaru, em Pernambuco. O projeto está em desenvolvimento e as obras serão iniciadas assim que o governo de Pernambuco concluir a terraplenagem da área. O investimento estimado é de R$ 40 milhões.
"Já estamos prontos para iniciar as obras em Caruaru, estamos dependendo apenas da entrega do terreno para começarmos as intervenções. As ampliações da Cemil são importantes para aumentar nossa linha de produtos, agregar valor e expandir o mercado de atuação da Cemil", disse Ferreira.
(Fonte: Diário do Comércio de Minas)