Cermissões é tema de discurso na Câmara dos Deputados

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Brasília (24/11) – Na última semana, a Aneel divulgou o resultado do Prêmio Índice ANEEL de Satisfação do Consumidor (IASC) de 2014. A novidade desta edição foi a abertura da pesquisa de opinião a clientes de cooperativas permissionárias. O resultado mostrou que as cooperativas conseguiram as maiores notas. O destaque foi a Cooperativa de Distribuição e Geração de Energia das Missões Ltda. (Cermissões), do Rio Grande do Sul, que obteve a nota de 91,27. O assunto foi repercutido na Câmara dos Deputados, pelo parlamentar Luis Carlos Heinze, do Rio Grande do Sul.

Abaixo, confira o discurso do deputado, na íntegra.

O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco/PP-RS. Sem revisão do orador.) - Sra. Presidente, colegas Parlamentares, primeiro quero fazer uma homenagem a Diamantino Marques dos Santos e a Diomedes Heck, respectivamente Presidente e Vice-Presidente da nossa Cooperativa Cermissões, lá de Caibaté, que atinge toda a região missioneira e que ontem, na ANEEL, recebeu o primeiro lugar no Prêmio Índice ANEEL de Satisfação do Consumidor.

Entre todas as empresas brasileiras, cooperativas ou não, permissionárias ou concessionárias, a Cermissões, de Caibaté, foi homenageada ontem, recebendo um troféu. Primeiro, ela participou das três melhores empresas do Brasil, juntamente com a Cooperativa Ceriluz, do Presidente Iloir de Pauli, de Ijuí. Depois, no ranking total, a Cooperativa Cermissões foi agraciada com o primeiro lugar em todo o Brasil.

Portanto, parabéns a Diamantino, a Diomedes, a toda a sua Diretoria, aos seus associados e funcionários, que fazem esse excelente serviço à eletrificação na nossa região, não só em algumas cidades, mas principalmente no interior, com quase 30 mil consumidores.

Quero também, Sra. Presidente, dizer que segunda-feira protocolamos no Ministério da Agricultura um documento feito na Federação de Agricultura do Estado, com as presenças também das cooperativas, das cerealistas, das indústrias de trigo, dos bancos, das seguradoras, da EMATER, da CONAB, da EMBRAPA, que discute o problema sério que vive a lavoura de trigo do Rio Grande do Sul.

Nós temos 1 milhão e 150 mil hectares, mas houve uma queda de 40% da quantidade colhida, e a queda da qualidade do trigo também é expressiva, a ponto  de o prejuízo chegar a quase 1 bilhão de reais, segundo Antônio da Luz, nosso economista da Federação de Agricultura. Ele apresentou no documento a queda que os produtores terão.

Apesar do seguro do PROAGRO — Programa de Garantia da Atividade Agropecuária, do PROAGRO Mais e do seguro particular que os produtores fizeram, que não vão cobrir todos os valores, nós estamos aqui reivindicando que os bancos prorroguem o saldo devedor desses produtores, que não conseguirão pagar as contas. O seguro também não vai cobri-las suficientemente, porque falta o seguro de renda, de que os produtores precisam.

Portanto, a luta que nós estamos fazendo agora, junto com a Federação de Agricultura e com todas as entidades que participaram desse processo — cooperativas, cerealistas, indústrias, bancos, seguradoras, EMATER, Secretaria da Agricultura do Estado —, é no sentido de que possamos dar essa tranquilidade aos quase 40 mil triticultores do Rio Grande do Sul, pequenos, médios ou grandes, de modo que tenham, além do seguro, as suas contas equacionadas junto ao sistema financeiro. Bom seria se o seguro cobrisse todas as despesas que os produtores têm. Infelizmente não é assim. Por isso, essa solicitação.

Também queremos fazer uma crítica, pois há algum tempo, junto com o Ministro Neri Geller, nós vínhamos batendo na tecla de que não derrubassem a PEC do Trigo. Derrubaram a PEC do Trigo. Consta desse documento que nós encaminhamos ao próprio Ministro da Agricultura, bem como ao Ministro da Fazenda, a informação de que houve queda de 36% no preço do trigo para os produtores, de 2013 para 2014. E pasmem: o preço para os consumidores brasileiros cresceu 16%! Então, quem compra biscoito, pão ou massa está pagando 16% a mais do que pagava no ano passado.

Foram importadas mais de 4 milhões de toneladas de trigo, e os produtores estão recebendo muito menos do que recebiam, o produtor paranaense, que é o maior produtor de trigo do Brasil, e o produtor gaúcho, que é o segundo maior.

Portanto, chamo a atenção para a planilha da corrupção que a revista Veja do dia 20 de agosto traz: algumas empresas que doaram para campanha estão relacionadas com esse doleiro Youssef, que hoje está nas páginas da PETROBRAS, além do propinoduto também do trigo, pois os produtores recebem menos. O que nós estamos vendo neste momento? Por que se facilitou a liberação da TEC — Tarifa Externa Comum para fazer a importação de trigo? Algumas empresas estão se beneficiando com isso, o produtor está perdendo e o consumidor não está levando nada.

Deputada Erika Kokay, V.Exa. é consumidora, eu sou produtor. Eu fui prejudicado e V.Exa. também foi prejudicada, porque o consumidor não teve benefício em cima da redução do preço. Isso é explicado aqui na revista Veja, que mostra um mapa de algumas empresas que estão pagando propina. Não é só o caso da PETROBRAS. No caso do trigo, especificamente, está sendo demonstrado aqui que algumas empresas pagam propina, com Alberto Youssef junto. No mesmo propinoduto que nós temos hoje, o da PETROBRAS, temos o escândalo do trigo, que também deve ser explorado — vou passar a falar melhor desse assunto —: produtores prejudicados, consumidores prejudicados e as indústrias gaúchas, que também não podem competir com indústrias do Norte ou do centro do País, também prejudicadas. Então, quem é que ganha com isso? Meia dúzia de beneficiários.

A revista Veja, do dia 20 de agosto, está mostrando que o Sr. Alberto Youssef está com 8 milhões de reais — também está passando propina para alguém —, em função desse escândalo da importação de mais de 4 milhões de toneladas de trigo. Então, é corrupção para todo lado.

Portanto, essa é uma preocupação que tenho como Parlamentar que defende os produtores rurais do meu Estado e do Brasil.
Muito obrigado.

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