Cocari é reconhecida por projeto que recupera nascentes
Premiada em 2014 por recuperar mais de 450 nascentes, até então, cooperativa serve de estímulo para interessadas se inscreverem no Prêmio SOMOSCOOP
Brasília (18/8/16) – Reconhecer os projetos focados em proteção de patrimônios naturais, ambientais e históricos e, ainda, ações voltadas à racionalização do consumo de itens como água, energia elétrica, combustíveis fósseis, plásticos e papel. Estes são o foco da categoria Desenvolvimento Sustentável do antigo Prêmio Cooperativas do Ano, realizado pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e que, a partir de agora, se chama Prêmio SOMOSCOOP – Melhores do Ano.
Em 2014, a campeã desta categoria foi a cooperativa Cocari, com o projeto Olhos D’Água. Ele trabalha na recuperação de nascentes de água, localizadas nas propriedades dos associados. Simples e de fácil execução, o trabalho consiste em identificar na nascente a artéria responsável por jorrar a água, fazendo aumentar o volume. Depois de restaurada, a mina é coberta para que a água não receba interferências externas na sua qualidade.
A Cocari mantém um cadastro informatizado de nascentes. O associado pode se dirigir às unidades da cooperativa em sua região e fazer o cadastro. A restauração obedece a ordem de cadastramento. Até abril de 2015, foram recuperadas 512 minas e 209 constavam no cadastro de espera. A Cocari disponibiliza um técnico, contratado especialmente para o trabalho de recuperação das minas. O projeto prevê a participação do produtor, ou de alguém designado por ele, para trabalhar no apoio durante a restauração das nascentes.
SAIBA MAIS – O texto reproduzido abaixo foi veiculado em uma edição especial da Revista Saber Cooperar. Após conferir a matéria, garanta sua participação no prêmio. Inscreva-se!
Água potável e qualidade de vida
Grande parte da água consumida pelos produtores rurais da área de abrangência da Cocari era originária das minas, que, normalmente abertas, estavam constantemente expostas à contaminação. A preocupação com a qualidade da água mobilizou a cooperativa a desenvolver um projeto para recuperação das nascentes, já que, em virtude dos fatores de contaminação, muitas minas passaram a ter uso limitado ou ficaram inativas. Em 2009, por meio de parceria com a Nortox, uma empresa paranaense consolidada no ramo do desenvolvimento de soluções voltadas ao agronegócio, o projeto Olho d’Água foi lançado.
A primeira transformação positiva foi o aumento da vazão de água, que duplicou de volume. Segundo os dirigentes da cooperativa, os benefícios foram muitos: água pura, minas protegidas do risco de contaminação, diversificação da fauna e da flora, uso eficiente da água nas atividades agrícolas e consumo consciente. As famílias moradoras das propriedades foram as primeiras a comprovar esses benefícios, já que, para a maioria delas, a água originária das minas era a única fonte de abastecimento.
Um antecedente do projeto Olho d’Água foi o programa Força Verde, criado em 2003 pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e pela Polí- cia Florestal do Paraná. Os fundamentos desse programa, com o decorrer do tempo, ajudaram a compor as bases da iniciativa da Cocari que, fortalecendo na comunidade a conscientização sobre a importância de preservar os recursos naturais, resultaram em uma ação conjunta positiva. A grande quantidade de minas a recuperar comprova que os agricultores abraçaram a ideia em prol do desenvolvimento local.
A partir da criação do cadastro das minas, a Cocari não só conseguiu melhorar a qualidade da água, mas aumentar o volume de vazão das nascentes. O mesmo resultado pôde ser aferido em Goiás, onde a cooperativa também implantou o Olhos d’Água. “O projeto traz a noção de que é das coisas simples que saem os bons resultados”, alinhava Bento Godóy Neto, da Secretaria de Meio Ambientes e Recursos Hídricos de GO.
Saiba mais
Cooperativa: Cocari
Ramo: Agropecuário
Ano de fundação: 1962
Local: Mandaguari, PR
Projeto: Olho d’Água
Total de minas restauradas: 454
(Atualmente, mais de 200 estão na fila de espera)
Beneficiados: 790,7 mil pessoas