Colheita de soja começa com produtividade irregular em Mato Grosso
"Nós temos relatos de produtores colhendo de 34 sacas até produtores colhendo 54 sacas por hectare", disse Nery Ribas, diretor-técnico da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja).
A estimativa mais recente do governo federal é de produtividade de 51,6 sacas por hectare, em média, em Mato Grosso, na safra 2012/13. A produção deverá somar 23,8 milhões de tonelada, alta de 8,9 por cento ante a safra anterior, com o crescimento do plantio, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
"A gente sabe que as variedades precoces e super precoces não têm enorme potencial", disse Ribas, lembrando que muitas áreas registraram chuvas abaixo do esperado no início do período de plantio, em função do fenômeno El Niño, o que se somou ao menor potencial das sementes precoces.
Ribas estima que cerca de 1 por cento da área tenha sido colhida em Mato Grosso. "Como a área é muito irrisória ainda, não dá para estimar (se haverá impacto na safra total do Estado)", completou.
Em Mato Grosso, alguns produtores optaram por variedades de ciclo curto buscando plantar e colher antecipadamente, a fim de semear milho ou algodão logo na sequência.
A irregularidade de chuvas em áreas de soja de ciclo normal em Mato Grosso começa a despertar atenção dos produtores. "Inicia alguma preocupação. É no Estado todo", disse Nery Ribas. "Mas é muito cedo ainda para falar de perdas."
O mais recente levantamento da Somar Meteorologia mostra que praticamente não choveu entre os dias 5 e 7 de janeiro, mas a partir de quarta-feira há previsão de precipitações no Centro-Oeste.
Segundo Ribas, na região sul e em outras áreas de Mato Grosso, em locais mais arenosos, as lavouras estão sofrendo drasticamente agora. "A (soja) de ciclo médio começa a sentir nessa fase de enchimento de grãos", completou.
Paraná - No Paraná, segundo Estado produtor do Brasil, a falta de chuvas foi sentida, mas não preocupa, na avaliação da Organização das Cooperativas (Ocepar).
Houve estiagem no início do plantio, mas o atraso na semeadura ajudou a sanidade das lavouras, porque houve um bom vazio sanitário e não houve incidência de ferrugem nas plantações, disse Flávio Turra, gerente técnico na Ocepar. "Choveu nos últimos dias, as lavouras se recuperaram bem", afirmou.
(Fonte: Estadão Online)