Comissões debatem efeitos da crise com o BNDES

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Quatro comissões especiais que avaliam os impactos da crise mundial na agricultura, no sistema financeiro e no mercado, na indústria e no comércio brasileiros,  discutiram o assunto nesta quarta-feira (13/5), com o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho. O debate foi proposto pelos deputados, membros da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), João Magalhães, Moreira Mendes, Rodrigo Rocha Loures e Luis Carlos Heinze. O secretário-executivo da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Renato Nobile, representou a instituição na audiência. 

Durante sua exposição, Luciano Coutinho afirmou que o Brasil vai se recuperar dos efeitos da crise econômica mundial já no segundo semestre e voltar a crescer fortemente em 2010. Em relação à infraestrutura, Coutinho afirma que "os investimentos no setor de energia estão em expansão". Não há possibilidade de reversão desse quadro, porque há demanda reprimida na área de infraestrutura. Em suas palavras, há verdadeiros "gargalos" no setor que precisam ser resolvidos. "Não há força no mundo capaz de fazer paralisar esses investimentos, a não ser uma decisão política", disse.

Já os parlamentares da bancada ruralista criticaram o baixo valor de empréstimos e financiamentos com recursos do BNDES destinados à agricultura. De acordo com números do próprio BNDES, apresentados pelos deputados, a agropecuária recebeu apenas 4,16% do total de investimentos do Banco realizados entre 2004-2007 e tem a previsão de 2,83% do total para os anos de 2008-2011.

Críticas - "Ttemos os menores valores em comparação com outros setores e somos responsáveis por um terço dos empregos neste País", disse o deputado Waldemir Moka, segundo coordenador da Frencoop.

Luciano Coutinho reconheceu que o BNDES tem uma atuação mais forte em outros setores do que na agropecuária. Segundo ele, esse ramo de atividade é muito importante e é priorizado pelo Banco do Brasil. "A economia não pode nem pensar em sobreviver sem o agronegócio. É ele que sustenta o superávit da balança comercial brasileira", disse.

O presidente da Frencoop, deputado federal Odacir Zonta, falou da necessidade do BNDES apoiar o sistema cooperativista e o agronegócio brasileiro, pedindo a liberação de recursos para empréstimos e financiamentos - por meio do Prodecoop e Capital de Giro. Ele sugeriu que o BNDES "visse o cooperativismo de crédito como alternativa de capilaridade para liberação de crédito no País".

O deputado Luis Carlos Heinze enfatizou a necessidade da liberação de recursos pelo Banco, pois o crédito "não está chegando na ponta da produção", ou seja, nas mãos do produtor rural, que está perdendo oportunidades de exportação. O deputado Luiz Carlos Hauly, por sua vez, lembrou que o governo deve dar mais atenção às cooperativas que geram benefícios e retorno rápido para a economia.
 

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