Conhecer para Cooperar visita cooperativas de SP, MG e GO
Brasília (24/10/16) – Verificar in loco a realidade, os gargalos e demandas de cooperativas brasileiras. Este é o objetivo do projeto Conhecer para Cooperar, realizado pelo Sistema OCB. O terceiro módulo prático, realizando na última semana, contemplou visitas às unidades de cooperativas de três estados: Coplana (SP), Cooxupé (MG) e Comigo (GO).
O projeto tem sido desenvolvido com a intenção de possibilitar que formuladores de políticas públicas e representantes de instituições financeiras possam aprofundar seu conhecimento a respeito do negócio cooperativo. Para isso, foi reunido um pool de especialistas em crédito rural, bem como em políticas públicas que envolvem o financiamento do setor produtivo.
O grupo é composto por representantes dos ministérios da Agricultura e da Fazenda, do Banco Central do Brasil, do Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal, do Sistema Cooperativo Sicredi, do Banco Cooperativo do Brasil (Bancoob), da Universidade de São Paulo (USP-Pensa) e das cooperativas Coplana, Cotripal e Cocamar.
IMERSÃO – “A iniciativa do Sistema está possibilitando a imersão de técnicos e executivos na realidade das cooperativas brasileiras. É fundamental promovermos a ampliação do nosso diálogo com esses agentes, pois, muitas vezes, torna-se necessário ajustes nas políticas públicas, tornando-a mais adequada às necessidades de nossas cooperativas.” Paulo César Dias do Nascimento Junior, coordenador do projeto Conhecer para Cooperar
AVALIAÇÃO – “Neste módulo, tivemos a oportunidade de conhecer mais de perto cadeias diferentes. Em São Paulo, vimos o processo produtivo da cana e do amendoim, cheio de muitas especificidades. Já na Cooxupé, foi possível demonstrar uma cadeia muito importante: o café. Esta segunda cooperativa, uma das maiores do mundo, é uma empresa verticalizada que, além de produzir, beneficia até a torrefação. E, na Comigo, vimos duas coisas bem importantes para a estratégia de crescimento: a verticalização e a diversificação; na primeira vemos reduzidos os riscos e, na segunda, ganha-se eficiência e escala. Todas sem dúvida, excelentes modelos de gestão e governança profissionais” Uriel Rotta, professor-membro da Fundação Pensa.
IMPORTÂNCIA – “Este projeto do Sistema OCB permite que os técnicos de governo possam participar, conhecer a realidade de perto e melhorar os seus processos tanto de gestão quanto de produção nas suas regiões. É importante destacar que o governo federal tem sempre procurado dar um apoio especial ao cooperativismo, fundamental para o desenvolvimento dos produtores rurais envolvidos, em cada uma das cooperativas do país. Temos trabalhado para aprimorar os procedimentos e as normas de modo a consolidar a participação das cooperativas na economia do país.” Francisco Erismá Oliveira Albuquerque, coordenador geral de Crédito Rural do Ministério da Fazenda
NOVO OLHAR – “No BNDES já trabalhamos com algumas cooperativas e, por meio deste projeto, tivemos a oportunidade de conhecer outras realidades em uma região onde não costumamos ter tantas operações diretas – Minas Gerais e Centro-Oeste em geral. Foi muito bom para perceber como o trabalho de uma cooperativa ajuda a desenvolver essa região do país. Ao conhecermos a realidade de cooperativas como a Comigo, por exemplo, ampliamos a nossa visão sobre o setor o que favorece pensamos sobre o cooperativismo.” Felipe Machado Bellizzi, analista de projetos do Departamento de Agroindústria do BNDES
CONHECIMENTO - " Esse projeto foi de suma importância para quem participou, para dar uma visão mais realista sobre o que é o setor cooperativista. Foi muito positivo de fato. Para nós que trabalhamos com a formulação de política agrícola, crédito rural e apoio à comercialização, é de suma importância sairmos um pouco do ambiente administrativo, dos nossos gabinetes, e virmos conhecer como funciona o modelo operacional e de governança, como se dá o relacionamento das cooperativas com o produtor rural. Desta forma, podemos constatar que o cooperativismo só traz vantagens ao nosso cliente final, ou seja, o produtor rural." João Cláudio Souza, coordenador de crédito rural do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
SAIBA MAIS
COPLANA (SP)
Idade: 53 anos
Sede: Guariba – SP
Nº de cooperados (abr/16): 1.165
Nº de funcionários (abr/16): 447
Principais produtos: cana, amendoim e soja
Faturamento Líquido (período 1º/5/15 à 30/4/16): R$ 399,2 milhões
Atua em todo o território nacional, com pontos de atendimento/lojas agropecuárias em São Paulo (Guariba, Jaboticabal, Taquaritinga, Dumont, Pradópolis, Colina, Catanduva, Monte aprazível e batatais) e Minas Gerais (Frutal).
COOXUPÉ (MG)
Idade: 84 anos (59 anos dedicados exclusivamente ao café)
Sede: Guaxupé – MG
Nº de cooperados: mais de 13 mil
Nº de funcionários: 2,41 mil
Principais produtos: café
Faturamento Líquido: mais de R$ 4 bilhões
Sacas preparadas/dia: 22 mil
Capacidade de armazenamento: 6,12 milhões de sacas
A agricultura familiar é a principal fonte do café recebido pela Cooxupé. Tendo o cultivo do grão como fonte de renda, a maioria dos mais de 13 mil cooperados é representada pelos mini (entrega de até 500 sacas/ano) e pequenos (até 2 mil sacas/ano)
COMIGO (GO)
Idade: 41 anos
Sede: Rio Verde (GO)
Nº de cooperados: 6,5 mil
Nº de funcionários: 2,3 mil
Faturamento (2015): R$ 2,74 bilhões
Patrimônio líquido (2015): R$ 1,28 bilhão
PRODUTOS – A soja é responsável por 58% do faturamento. Temos, ainda: insumos (19%), lojas (7%), milho, sorgo e derivados (13%), leite e derivados (2%) e sementes (1%).
ESTRUTURA – Possui 13 unidades e conta com lojas agropecuárias, armazéns, complexo industrial, fazendas florestais e um centro tecnológico, onde são realizadas pesquisas, workshops e o principal evento da cooperativa: a Tecnoshow COMIGO.