Consórcio Coonagro muda rumo da agropecuária
O consórcio Coonagro, lançado em Curitiba (PR), vai mudar o rumo da agropecuária paranaense, dando maior competitividade à produção pelo equilíbrio nos preços das matérias-primas dos fertilizantes, acreditam os dirigentes das cooperativas. O lançamento oficial aconteceu na última sexta-feira (26/09), em solenidade realizada no Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar).
"É uma solução fantástica", afirmou o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes. "Estamos dando um avanço concreto na solução de um grande problema desta safra, a alta expressiva dos custos de fertilizantes e de agroquímicos. Isso vai impactar de maneira positiva, reduzindo esses custos. O Paraná, novamente, por meio da Ocepar, dá um bom exemplo de como as cooperativas, a organização das mesmas, ajudam a resolver entraves na nossa agricultura", frisou o secretário Agricultura do Paraná, Valter Bianchini.
Em 2003, a primeira tentativa - A solenidade de lançamento do Coonagro foi história, com a participação do ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, do secretário da Agricultura do Paraná, Valter Bianchini, e de grande número de dirigentes das cooperativas. Stephanes, que articulou várias reuniões federais na busca de solução para a questão dos fertilizantes, fez um relato da problemática do setor e alternativas de solução, mostrando o empenho do governo em buscar a redução da dependência brasileira dos insumos importados. O presidente da Ocepar, João Paulo Koslovski, lembrou que a primeira tentativa de montar uma integração na área de fertilizantes no Paraná ocorreu em 2003, quando a organização realizou os primeiros estudos. No entanto, a crise do setor agropecuário ocorrida nas safras 2004/2005 e 2005/2006, quando o Paraná perdeu cerca de 13 milhões de toneladas de grãos, obrigou a Ocepar protelar a formação desse consórcio.
Desafio - O assunto foi retomado durante reunião realizada em Brasília (DF) no dia 04 de dezembro de 2007, com o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes. Na ocasião, Stephanes desafiou as cooperativas a se integrarem num grande projeto de ampliação na produção de matérias-primas. As discussões visando à solução dos problemas dos fertilizantes foram retomadas em março deste ano, com reuniões realizadas em na capital federal e em Curitiba, onde as discussões foram exaustivas.
Um novo rumo - "O consórcio vai mudar o rumo da agropecuária", afirma Koslovski, com otimismo, ao mostrar o excessivo crescimento da participação dos fertilizantes no custo de produção de grãos. No milho, a participação passou de 17 a 18% na safra 2002/2003 para 26 a 32% (+ 65%) na última safra. No trigo, nesse período a participação dos fertilizantes no custo de produção subiu de 16 a 19 % para 26 a 27% (+ 32%). E na soja, os fertilizantes tiveram um reajuste de 52% entre a safra de 2002/2003 e a atual. "Temos certeza que essa integração vai propiciar bons retornos aos nossos cooperados", frisou o presidente da Ocepar. Ele demonstrou a força e o potencial desse consórcio: “as 21 cooperativas participantes movimentam mais de R$ 10 bilhões por ano; recebem 16 milhões de toneladas de produtos (10 de grãos e 6 de cana-de-açúcar); têm 60.500 associados e 27.345 colaboradores; e consomem 1.100.000 toneladas de fertilizantes”.
Resultado da união e do apoio - A concretização do consórcio é, para o presidente da Ocepar, resultado da união do sistema cooperativista paranaense, da determinação de seus dirigentes e do apoio e assessoria do Ministério da Agricultura. Koslovski também ressaltou o trabalho da equipe de profissionais da Ocepar e das cooperativas. (Fonte: Ocepar)