Coop pode impulsionar negócios de profissionais inscritos no CadÚnico
O cooperativismo brasileiro tem potencial para abarcar os profissionais inscritos no Cadastro Único (CadÚnico) com capacitação e inclusão socioeconômica a contento das agendas do governo. O empenho do coop em contribuir para este tema foi apresentado ao Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), nessa segunda-feira (3), durante reunião com o Secretário de Inclusão Socioeconômica, Luiz Carlos Everton de Farias.
A sugestão do cooperativismo para o efetivo auxílio na política pública é um acordo de cooperação técnica com o órgão, uma vez que tem experiência no assunto por já possuir em seus quadros cooperados em situação de vulnerabilidade, como os agentes de reciclagem. “Com o acordo, a entidade funcionaria como estruturadora de negócios, compartilhando informações e capacitando os inscritos no cadastro para aumentar a escala destes pequenos empreendimentos”, explicou a gerente de Relações Institucionais do Sistema OCB, Clara Maffia.
Ela acrescentou que o braço educacional do coop, que é o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop), pode auxiliar o ministério no alcance dos objetivos de fomento ao empreendedorismo coletivo por meio de seus cursos e trilhas de aprendizagem, já disponíveis, sobre gestão de negócios cooperativistas. “Queremos contribuir para ver estas ações refletirem de fato na mudança da vida dos empreendedores coletivos”, pontuou a gerente.
Para garantir o acesso das cooperativas de trabalho em licitações, o Sistema OCB salientou a necessidade da regulamentação da Lei 12.690/12 – que trata das cooperativas de trabalho – para garantir segurança jurídica nas relações estabelecidas entre coops e órgãos. “Essa legislação é meritória, mas órgãos da administração pública ainda possuem dificuldades em compreender as especificidades destas cooperativas”, disse Clara.
As novas tendências de mercado para o trabalho em rede e o foco nas pessoas para a tomada de decisões já é uma realidade do cooperativismo de plataforma, que também está à disposição para ajudar o governo em propostas que objetivem a valorização do trabalhador e dos donos de seus próprios negócios em compras coletivas ou oferta de serviços por aplicativos móveis.
Segundo a gerente, “as consequências do fomento ao modelo coop resultam em inclusão socioeconômica. No campo, temos cooperativas de assistência técnica e extensão rural que podem auxiliar os pequenos produtores a desenvolverem seus negócios por meio de convênios com o Estado. O acesso ao crédito também pode deixar de ser um obstáculo com o processo de intercooperação entre cooperativas financeiras e de trabalho”.
O acesso às emendas parlamentares executadas pelo MDS foi outro ponto defendido pelo cooperativismo com o intuito de inclusão socioeconômica. De acordo com Clara, uma parceria com as 97 cooperativas de reciclagem e seus 4 mil agentes pode contribuir, ainda mais, com o cumprimento da Política Nacional de Resíduos Sólidos. “Na construção dessa agenda colaborativa, precisamos aumentar a participação destas cooperativas, bem como melhorar a renda e condições de trabalho dos catadores”, destacou.
A Secretaria de Inclusão Socioeconômica do MDS é estratégica para o cooperativismo por ser responsável pelo desenvolvimento de projetos e programas de inclusão social e econômica; estímulo ao empreendedorismo e economia solidária para famílias em situação de vulnerabilidade social.