Cooperativas brasileiras se destacam na Ficoop
Cooperativas brasileiras se destacam na Ficoop
Com a presença de 50 dirigentes de organizações brasileiras, autoridades e representações portuguesas e da Aliança Cooperativa Internacional (ACI), começou nesta quinta-feira (1º de junho), na cidade do Porto, norte de Portugal, a Feira Internacional do Cooperativismo (Ficoop). O vice-presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Ronaldo Scucato, representando o presidente Márcio Lopes de Freitas na solenidade de abertura, destacou que “o Brasil precisa se desenvolver mais nessa área e se espelhar nos exemplos oferecidos por Portugal”.
Segundo Scucato, o Brasil precisa percorrer ainda um longo caminho, porque Portugal tem mais de três mil cooperativas e é exemplar o seu cooperativismo habitacional, ramo que permanece incipiente no Brasil, considerando-se o fato de ser um país de dimensões continentais com um déficit significativo de moradias. “Na Europa, a maioria das pessoas está vinculada a cooperativas, enquanto no Brasil somente cerca de 10% da população são associados a cooperativas”, comparou.
O vice-presidente da OCB chamou a atenção do público, de aproximadamente 200 participantes, ao se referir ao risco que o sistema cooperativista brasileiro corre diante da ameaça de se perder a unicidade da representação do sistema, concentrada na OCB. “Há aqueles que querem travestir a unicidade da representação e misturar economia social com economia solidária, embora não seja contra a filantropia beneficente, mas essa mistura pode trazer prejuízos para o sistema cooperativista”.
O presidente do Instituto António Sérgio do Sector Cooperativo (Inscoop), Manoel Canaveira de Campos, que conduziu a solenidade de abertura da Ficoop, no Exponor, enfatizou a necessidade de intercooperação não só entre cooperativas, mas entre organizações de diferentes países, uma das características marcantes da feira, que reúne cooperativas portuguesas e brasileiras. Destacou, também, a necessidade de o cooperativismo estar mais presente no mercado como elemento dinamizador do desenvolvimento das cooperativas e cujos resultados são instrumento para que os serviços prestados cheguem a um maior número de pessoas.
O presidente da ACI, Ivano Barberini, por sua vez, alertou para o fato de a cooperação hoje ser fundamental para a construção da paz entre os povos de diferentes nações, ao melhorar a qualidade produtiva e promover o desenvolvimento. Afirmou que embora o cooperativismo já tenha reconhecimento de organizações internacionais como a OIT e a União Européia, é necessário que se transforme em leis para o desenvolvimento das cooperativas. Lembrou que nos Estados Unidos 40% das pessoas estão vinculadas a cooperativas, ou seja, 96 milhões de norte-americanos; e na Índia, há 500 mil cooperativas com 230 milhões de pessoas associadas. “Daí a importância da Ficoop”, ressaltou.
Representando o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, o secretário nacional de Desenvolvimento do Cooperativismo, Márcio Portocarrero, apresentou um panorama do agronegócio brasileiro e seu potencial de mercado, além de uma radiografia do cooperativismo, assinalando a parceria com a OCB. Da solenidade, participaram também o vice-presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Nuno Oliveira; o presidente da CCDRNorte, Carlos Lage; e o secretário-geral da Agaca, Higino Mougán Bouzón – essas últimas, representações cooperativistas de Portugal e Espanha.
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