Cooperativas debatem estratégias para aumentar comércio com os Brics

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De olho num mercado consumidor pouco explorado pelas cooperativas, representantes do setor desembarcam nesta semana em Brasília para discutir estratégias que resultem no incremento do comércio com Rússia, Índia e China, países que, com o Brasil, formam o Bric. Dados da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) mostram que a China recebeu 9,7% dos cerca de US$ 4 bilhões exportados pelas cooperativas agrícolas brasileiras em 2009. A Índia está em segundo lugar, com 5,9%.

Para a Rússia, grande importadora de carne suína, as cooperativas
brasileiras exportaram apenas 3% do faturamento total obtido com as vendas externas do agronegócio. As exportações de produtos agrícolas desses países para o Brasil são menores ainda. "São mercados pouquíssimos explorados dos dois lados", explica o presidente da OCB, Márcio Lopes de Freitas.
 
Para conhecer melhor a atividade cooperativista na Rússia, Índia e China e as potencialidades desses mercados será realizado nos dias 15 e 16 de abril o I Encontro de Cooperativas do Bric. O evento, que faz parte da agenda oficial da Cúpula do Bric, acontece na sede da OCB, em Brasília.

Características do cooperativismo de crédito e de trabalho também abordadas. A assessora internacional da OCB, Joana Nogueira, afirma que o Brasil tem interesse em discutir  dois temas com a Índia: fertilizantes e açúcar. No primeiro caso, o interesse é negociar, via cooperativas, contratos para compra e venda. Importante produtor mundial de produtos agrícolas, o
Brasil depende da importação de fertilizantes para semear suas lavouras.
 
Para o açúcar, a ideia é se unir à Índia, grande exportador mundial. "A disputa pode virar parceria, aliança", comenta a assessora, lembrando que o Brasil tem exportado grandes quantidades de açúcar porque problemas climáticos derrubaram a produção da Índia. O gerente de mercados da
OCB, Evandro Ninuat, lembra que, no caso da China, o importante é um acordo que facilite o comércio. Ele explica que a China costuma mudar os critérios para recebimento das cargas, o que dificulta o comércio. "Um navio sai dos portos brasileiros e, no meio do caminho, a China muda a
exigência e o exportador precisa vender a carga para outro comprador", completa. (Agência Estado - Fabíola Salvador)
 

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