Cooperativas no mercado de crédito de carbono
“As cooperativas de todos os segmentos tem condições de elaborar projetos e atuar no mercado de créditos de carbono”. Essa foi a conclusão do assessor técnico da unidade estadual do Mato Grosso do Sul do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop/MS), Curt Luedtke, que participou, ontem e hoje (17 e 18/7) do Curso de Capacitação de Técnicos do Sescoop, dentro do Programa de Inserção Sustentável das Cooperativas no Mercado de Carbono, lançado nesta quarta-feira (16/7).
O objetivo do curso foi apresentar estratégias para a prospecção de oportunidades de negócio no mercado de carbono bem como a viabilidade de projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). “O curso desmistificou o assunto crédito de carbono e preparou técnicos para implantá-los”, enfatiza Luedtke.
“A capacitação ofereceu alternativas para a elaboração de projetos de negócio no mercado de carbono”, disse o assessor em Formação Cooperativista, Paulo Vianna Lopes, da unidade do Sescoop no Rio Grande do Sul. Segundo ele, em seu estado já existem cooperativas desenvolvendo projetos na área de crédito de carbono. Uma delas é a Cooperativa Regional de Eletrificação Teutônia (Certel) que criou o projeto Energia Verde em Harmonia Ambiental.
A iniciativa da Certel, conforme Lopes, visa orientar associados e instituições parceiras a colocarem em prática uma gestão socioambiental estratégica, estimulando a neutralização e redução das emissões dos gases causadores do efeito estufa, por meio do plantio de árvores A Certel já neutralizou as suas emissões de carbono com o plantio de 4,4 mil árvores nativas por ano.
Outro exemplo que Vianna citou foi o da Cooperativa Agroindustrial de Alegrete (Caal), que possui uma usina termoelétrica de casca de arroz.. A usina é uma forma de buscar alternativas de aproveitamento dos subprodutos procedentes da industrialização do arroz. A casca de arroz, que antes era descartada no meio ambiente, é transformada em energia, agregando valor à produção. Por ano, 30 mil toneladas de cascas são transformadas 27 mil megawatts de energia. “Até a cinza pode ser utilizada nas indústrias químicas e de cimento ou ainda na correção do solo”, diz o assessor.
Para o gerente técnico da unidade estadual do Sescoop no Espírito Santo (Sescoop/ES), Evaldo Passos, o Sescoop está promovendo uma importante capacitação para seus técnicos desenvolverem metodologias limpas de produção e mecanismos mais eficientes que poderão ser repassadas aos cooperados. “O conhecimento gera renda e desenvolvimento para as cooperativas”, diz.
Valter Sampaio, que trabalha no monitoramento da unidade do Sescoop na Bahia, vê o curso como uma oportunidade para ser aplicada nas cooperativas que trabalham com reciclagem. “Há inúmeras possibilidades de utilização de dejetos que as cooperativas precisam conhecer”, disse Sampaio, depois se comprometer com o repasse das informações obtidas nos dois dias do curso.
A iniciativa foi do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) com apoio da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), que realizaram no ano passado o Workshop Oportunidades do Mercado de Crédito de Carbono para o Sistema Cooperativista. O curso, de 16h, foi ministrado por profissionais da consultoria Ambiente Gestão em Sustentabilidade, na Casa do Cooperativismo, em Brasília (DF).