Cooperativismo brasileiro celebra acordo comercial entre Mercosul e União Europeia

Um marco para a economia e para o cooperativismo! Após quase 20 anos de negociações, as autoridades do Mercosul e da União Europeia acabam de anunciar a conclusão das negociações em torno do Acordo de Associação entre os dois blocos. A decisão foi anunciada após reunião das equipes negociadoras em Bruxelas, na Bélgica. O acordo comercial tem grande potencial para a ampliação das exportações brasileiras, já que consolida-se, assim, uma área de livre-comércio composta por mais de 775 milhões de habitantes e US$ 20 trilhões de Produto Interno Bruto unificado.

Falando especialmente sobre o setor cooperativista, os ganhos podem chegar a cerca de US$ 70 bilhões na exportação de produtos gerados por cooperativas, com 98% deste valor concentrado no ramo agropecuário, sendo carnes (US$ 12 bilhões, principalmente para carne de frango), açúcar (US$ 9 bilhões) e milho (US$ 4 bilhões) os com mais potencial. As cooperativas produtoras de café, rações, sucos, frutas, especiarias, mel e algodão também serão beneficiadas. O acordo traz pontos de atenção para as cooperativas focadas em vinhos, lácteos, trigo e malte e a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) destaca que sempre defendeu o posicionamento destes setores com relação as propostas do acordo.

Os ramos Mineral, de Produção, Transportes, Consumo, Infraestrutura e Saúde também são contemplados e somatizam potencial de US$1,4 bilhão em exportações. Neste contexto, as cooperativas de garimpo de quartzo e estanho, e as produtoras de alguns tipos de calçados (especialmente sandálias e componentes de calçados), são as principais beneficiadas.

Na importação, o potencial de venda dos produtos de cooperativas da União Europeia para o Brasil também se aproxima de US$ 70 bilhões, sendo 70% no agronegócio. A inclusão de produtos como fertilizantes ou maquinário europeu no acordo de livre-comércio, e a possível autorização de participação de prestadores europeus de serviços na economia brasileira, podem reduzir o custo de produção no campo e nas cidades do país. Cooperativas de Transportes, Consumo, Infraestrutura e Saúde, por exemplo, podem ter os custos de compra de seus insumos reduzidos pelo acordo.

Este é o marco da finalização das tratativas. Contudo, para que entre em vigor, o acordo ainda deverá passar pela ratificação dos Parlamentos das nações envolvidas. Nos últimos acordos semelhantes esse processo levou até 5 anos, e a Organização das Cooperativas Brasileiras seguirá acompanhando os novos passos e empenhada, ao lado da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), na defesa dos interesses do setor junto ao Poder Executivo e ao Congresso Nacional.

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