Cooperativismo brasileiro chama atenção de país africano
Após visitar cooperativa de taxistas, missão de Moçambique conhecerá realidade dos ramos Saúde e Agropecuário
Brasília (15/6) – Uma missão com representantes de cooperativas moçambicanas iniciou hoje uma visita inédita de quatro dias a São Paulo para conhecer a força e a organização do cooperativismo paulista. A comitiva é ligada à Associação Moçambicana de Promoção do Cooperativismo Moderno (AMPCM), que busca no Brasil boas práticas em cooperativismo de saúde, transporte e agropecuário para replicar em Moçambique.
O grupo de cinco pessoas chegou ontem a São Paulo e se encontrou hoje com o presidente do Sistema Ocesp, Edvaldo Del Grande. Após conhecer as atividades desenvolvidas pela Ocesp, a comitiva teve a oportunidade de visitar a cooperativa Coopertax, também na capital paulista. A Cooperatax tem uma frota de 550 carros cooperados na capital e é reconhecida pela excelência do trabalho de atendimento ao público.
Os moçambicanos vieram ao Brasil graças a um projeto de cooperação entre a AMPCM e a Associação Nacional do Cooperativismo dos Estados Unidos. O projeto de cooperação é financiado pela Agência para Cooperação Internacional americana. No Brasil, a missão é viabilizada pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), com o apoio da Ocesp (Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo). Tanto a OCB quanto a AMPCM integram à Organização Cooperativista dos Povos de Língua Portuguesa, cooperando para o desenvolvimento do cooperativismo moçambicano.
EM SÃO PAULO – O cooperativismo paulista tem 1.105 cooperativas, distribuídas em 10 ramos, com mais de 4 milhões de cooperados. A comitiva vai conhecer o trabalho das cooperativas dos ramos de Saúde, Transporte e Agropecuário – Unimed, Coopertax e Caisp, respectivamente. As três estão registradas na Ocesp e são referência no mercado.
A Caisp (Cooperativa Agropecuária de Ibiúna) é formada por 35 produtores, os quais cultivam uma área superior a 600 hectares, produzindo hortaliças convencionais e orgânicas, legumes, frutas, entre outros, com um volume mensal superior a 800 toneladas. A Unimed está presente em 95% dos municípios paulistas com 41 hospitais, que disponibilizam 3.227 leitos (5% dos hospitais existentes no estado).
NO BRASIL – A OCB representa o cooperativismo brasileiro internacionalmente com ações estruturadas em quatro seguimentos: assessoria, promoção, representação e cooperação internacional.
EM MOÇAMBIQUE – O país africano teve sua Lei Geral do Cooperativismo promulgada em 2009. Para a construção do instrumento jurídico, houve uma cooperação com a OCB, por meio da OCESP.
Moderna, a lei moçambicana contempla diversos aspectos importantes para promoção do cooperativismo. O país foi o segundo da África a ter uma legislação contemplando o adequado tratamento do ato cooperativo.
O modelo de excelência do cooperativismo desenvolvido no Brasil é reconhecido pelos moçambicanos há uma década. Em 2005, a OCB ajudou a organizar a Lei do Cooperativismo em Moçambique, que entrou em vigor em 2010. Em março deste ano a OCB participou de uma conferência promovida pela AMPCM com organizações de nove países para discutir ações estratégicas em comum.
O próprio presidente da Ocesp, Edivaldo Del Grande, esteve em Moçambique em 2008, para falar sobre a experiência das cooperativas brasileiras no desenvolvimento da agricultura. O presidente da Ocesp fez palestras em Zambésia, no interior, e na capital, Maputo, a convite da Clusa (Cooperative League of USA), organização ligada à Associação Nacional do Cooperativismo dos Estados Unidos, sobre o cooperativismo empresarial, com foco em resultados e na busca pelo desenvolvimento socioeconômico. (Com informações da Assessoria de Imprensa do Sistema Ocesp)