Cooperativismo de crédito pode ampliar a eficiência dos fundos constitucionais

Brasília (04/04/2018) - As cooperativas de crédito podem e devem ter cada vez maior protagonismo como instrumentos de desenvolvimento regional e redução das desigualdades no Brasil. Esta foi a posição da OCB em audiência pública da Comissão Mista da Medida Provisória (MPV) 812/2017, que altera o cálculo dos encargos financeiros dos fundos constitucionais (FCO, FNE e FNO), realizada nesta quarta-feira (4/4), no Congresso Nacional.

Representando a OCB, o Sicoob e o Sicredi, o diretor de Operações do Bancoob, Ênio Meinen, apresentou aos parlamentares e autoridades presentes a importância do cooperativismo de crédito para a inclusão financeira e produtiva do país e os principais desafios para o acesso do setor aos fundos constitucionais.

Conforme dados do Banco Central, com mais de 12 milhões de associados, hoje as mais de mil cooperativas de crédito detêm algo como 20% dos pontos de atendimento do Sistema Financeiro Nacional. Só para ilustrar o potencial do setor para a Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR), hoje existem 620 municípios onde a cooperativa de crédito é a única instituição financeira presente”, destacou.

Segundo Meinen, apesar de o cenário normativo incentivar o repasse dos recursos dos fundos constitucionais para o cooperativismo de crédito, hoje o montante acessado junto aos bancos administradores tem sido bastante inferior aos valores demandados. Outro ponto que tem dificultado a utilização destes recursos diz respeito à pouca transparência e publicidade sobre a programação dos repasses pelas instituições administradoras.

Por fim, o representante da OCB destacou que a proposta deve capilarizar o crédito para produtores rurais, micro e pequenas empresas, associações e cooperativas da região Centro-Oeste, Norte e Nordeste, potencializando o alcance dos fundos constitucionais de desenvolvimento por meio do cooperativismo de crédito. “A ampliação da rede distribuidora é benéfica para a economia como um todo, pois democratiza o acesso ao crédito e contribui para a desconcentração bancária no país”.

Durante o encontro, alguns parlamentares, como o senador Cidinho Santos (MT) e o deputado Júlio Cesar (PI), além da Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA), defenderam o cooperativismo de crédito como alternativa para potencializar a inclusão financeira do país.

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