Cooperativismo é destaque em evento para parlamentares eleitos e reeleitos
O Sistema OCB deu boas-vindas aos parlamentares reeleitos e eleitos para a 57ª Legislatura, nesta terça-feira (22), durante o Encontro de Lideranças – Perspectivas 2023, promovido pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). O presidente Marcio Lopes de Freitas agradeceu a todos os deputados e senadores, na figura do presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), pela celeridade na aprovação das pautas de interesse do cooperativismo na atual legislatura.
“Todos vocês estão fazendo um trabalho extraordinário na defesa do povo. Juntos, somamos 105 milhões de votos, então, vocês têm a legitimidade do povo brasileiro. Se soubermos organizar nossa força não tem quem nos pare. Esse é o poder do diálogo. Nós cooperativistas temos 18,8 milhões de cooperados e todas as nossas coops têm como objetivo tornar o agro maior e mais sustentável. Por isso, lutamos para reeleger e eleger aqueles que têm compromisso com o nosso movimento”, declarou o presidente.
Dividiram a mesa de abertura, juntamente com Marcio, o presidente da Câmara, Arthur Lira; os ministros das Relações Exteriores e da Agricultura, Carlos França e Marcos Montes, o presidente da FPA, deputado Sérgio Souza (MDB-PR); o vice-presidente da FPA no Senado Federal, senador Zequinha Marinho (PL-PA), a senadora eleita Tereza Cristina (PP-MS); e o presidente da CNA, João Martins. Também estiveram presentes no evento o presidente do Sebrae, Carlos Melles, o presidente do Instituto Pensar Agro, Nilson Leitão, e o coordenador do Centro de Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Embaixador Especial da FAO para as Cooperativas, Roberto Rodrigues, que proferiu palestra sobre a agricultura e a macroeconomia.
Força do Coop
O papel do cooperativismo para o agro sustentável e ganho de escala mundial foi evidenciado pelo ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues. Em sua palestra, ele explanou sobre a geopolítica global e os cenários pós-pandemia e pós-guerra. “Dentro dessa realidade, o futuro está fincado em três temas fundamentais: segurança alimentar; segurança energética, com a transição para a descarbonização; e a questão das mudanças climáticas. Em todos os casos, temos tudo para liderar as pautas”, iniciou Rodrigues.
Ele abordou a evolução da produção agro, que desde os anos de 1990 até agora, apontam o crescimento de 103%. “Como conseguimos isso? A tecnologia tem sido nosso foco, por isso, temos planos como o ABC+ envolvendo toda a cadeia produtiva com energia renovável, tratamento de dejetos e recuperação de áreas degradadas, entre outros”, salientou.
Rodrigues mostrou dados de que o agro, em 2021, representou 27,4% do Produto Interno Bruto (PIB), o equivalente a R$ 2,4 trilhões e de que, nas exportações, o setor cresceu de forma considerável nos últimos 20 anos. “Em 2000, nossas exportações resultavam em US$ 20,6 bilhões e, em 2021, US$ 120,6 bilhões, além de contribuir em 20% dos empregos gerados. Nesta toada, o cooperativismo é a chave para crescermos mais 40%, porque os fatores das demandas persistem”, acrescentou.
De acordo com ele, o cooperativismo já representa 53% da produção de grãos do país, justamente por integrar a cidade e o campo como uma grande alavanca estratégica para crescer e avançar nas exportações e segurança alimentar do mundo. “Isso é extraordinário e o mundo admira tudo isso. O cooperativismo conta com sistemas integrados de produção e comercialização, o que traz mais eficiência e qualidade. No mundo conectado em que vivemos, o consumidor estará no centro das decisões e novas oportunidades de empregos surgirão nesta integração de áreas urbanas e rurais. A agricultura pode oferecer mais serviços e temos tudo para sermos os protagonistas”, endossou.
Coop Agro
O coop agro é responsável por 53,6% da safra nacional de grãos e se destaca na oferta de assistência técnica. Segundo o IBGE, apenas 20,2% do total de produtores rurais é assessorado. Entre aqueles associados a cooperativas, este número sobe para 63,8%. Assim, o coop tem contribuído para os avanços do setor, viabilizando a atividade do cooperado e gerando novos empregos.
O Sistema OCB propôs o desafio de atingir 30 milhões de cooperados até 2027, ano em que também espera atingir a meta de R$ 1 trilhão de prosperidade em movimentação financeira. Para criar novas métricas para o equilíbrio ambiental, social e de governança, também já está em processo de implementação o Programa ESGCoop, corroborando as metas do desafio.
Para o próximo ano, o cooperativismo defende a manutenção e o fortalecimento da atual arquitetura da política agrícola; a garantia de recursos para o Seguro Rural; as políticas de compras públicas da agricultura familiar; e maior investimento público em pesquisa agropecuária.
O Sistema OCB quer evidenciar a valorização do papel das cooperativas no combate à fome, na segurança alimentar e na melhoria da nutrição de sua população, por meio de sua produção agropecuária sustentável. Busca ainda diminuir custos de produção a partir do fortalecimento da cadeia de suprimentos, de forma a garantir um ambiente de segurança de fornecimento de insumos para a produção nacional, além de dar continuidade aos arranjos produtivos que abrangem os acordos climáticos com baixa emissão de carbono e metano, além do cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS/ONU).