Cooperativista é o novo presidente da Câmara Sucroalcooleira do Mapa

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Brasília (21/8) – O diretor operacional do Sicoob SP, Ismael Perina Júnior, foi eleito, hoje, presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Açúcar e Álcool do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A eleição ocorreu em Brasília, na sede da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), que tem assento no organismo. Segundo Ismael Perina, o setor sucroalcooleiro no Brasil possui cerca de 70 mil produtores, incluindo diversas cooperativas (agropecuárias e financeiras) na base de sua cadeia produtiva, ora como produtor, ora como fornecedor de insumos.

“Assumo em um momento no qual o cenário está cheio de desafios e dificuldades, mas acredito que, com a cooperação entre todos os representantes do setor, aqui presentes, será possível conduzir a Câmara Setorial de forma a cumprir seus objetivos: propor, apoiar e acompanhar ações para o desenvolvimento das atividades da nossa cadeia produtiva”, argumenta Ismael, que também é produtor rural.

BOAS-VINDAS – O presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, deu a boas-vindas a Ismael, dizendo: “Confio no trabalho do Ismael. Ele é um grande cooperativista e um grande agricultor. Sempre desenvolveu suas atividades primando pelo bem coletivo e isso faz dele a pessoa certa para substituir o nosso amigo Luiz Martins (ex-presidente da câmara setorial). Boa sorte e conte com as equipes do Sistema OCB para o que for necessário.”

RECONHECIMENTO – Márcio Freitas também fez questão de frisar seu agradecimento o Luiz Custódio Cotta Martins, que presidiu a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Açúcar e Álcool no último mandato. “Sabemos que foi um esforço gigante, especialmente no momento difícil em que o setor se encontra, mas você conseguiu supera-las e preparar o caminho para o Ismael. Nós precisamos muito de sua força de trabalho e conselhos, sua missão ainda não acabou”, comenta o presidente do Sistema OCB.

PRINCIPAIS DEMANDAS – Segundo o especialista, basicamente as três principais demandas são:

1. Retorno urgente da CIDE (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico), que é um instrumento de diferenciação do combustível verde para o combustível fóssil e estimularia a produção de um combustível renovável e muito menos poluente;
2. Alinhamento dos preços da gasolina de acordo com os preços internacionais, que permitiria uma melhor competitividade ao etanol e, ao invés de subsidiar gasolina importada, promoveria a produção interna de etanol com ganhos relevantes para a balança comercial;
3. Aumento do nível de mistura dos atuais 25% para 27,5%.

DIFICULDADES – “O setor vem enfrentando dificuldades praticamente pelas últimas quatro safras. Isto tem provocado a diminuição nos investimentos principalmente nas lavouras de cana de açúcar, o que compromete a produtividade. Claro que poderia estar melhor, mas a falta de rentabilidade tem provocado muita irregularidade na produção”, avalia Perina.

REGIÕES PRODUTORAS – Com dados referentes à safra 2013/2014, o principal estado produtor é São Paulo, seguido por Goiás. Minas Gerais, Paraná e Mato Grosso do Sul também vêm com produções crescentes. A produção se espalha ainda por vários outros estados do Brasil, sendo que está presente em todos os estados do Nordeste.

LEGISLAÇÃO – Para o novo presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Açúcar e Álcool, cada vez mais a legislação tem sofrido alterações que dificultam a atividade produtiva e, por vezes, constitui-se em um promotor de aumento de custos sem precedentes. “O excesso de normativos com características urbanas, mas lançado para o meio rural, está inviabilizando a produção realizada, principalmente por pequenos e médios produtores. A burocracia aumenta cada vez mais e a interpretação de alguns pontos da legislação – principalmente as de caráter ambiental – tem sido um grande empecilho para o desenvolvimento da atividade”, conclui.

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