Cooperativistas levam reivindicações ao ministro Roberto Rodrigues
Cooperativistas levam reivindicações ao ministro Roberto Rodrigues
Representantes das Organizações Estaduais de Cooperativas (OCEs) em conjunto com técnicos da OCB e dirigentes de cooperativas estiveram reunidos hoje (14/2) com o ministro da Agricultura Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, para tratar da perda que o setor agrícola enfrenta nos últimos anos. O presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, que liderou a comitiva entende que o problema é conjuntural e defende a necessidade do governo adotar medidas estruturantes de política agrícola.
“Só ações emergenciais não irão ajudar. Precisamos de projetos que criem estruturas para dar estabilidade ao setor. Queremos resolver os problemas dos agricultores antes que afetem as cooperativas”, ressaltou. Os líderes cooperativistas reivindicaram uma verba de R$ 2 bilhões para apoiar à comercialização da safra de grãos.
“As cooperativas, em especial do ramo agropecuário, vivem um dos piores momentos e isto se reflete no agronegócio brasileiro”, declarou Freitas. Segundo ele, o PIB (Produto Interno Bruto) Agropecuário poderá ter uma queda de R$ 13 bilhões neste ano, caso o governo federal não socorra os produtores rurais neste momento de colheita da produção. Em 2005, os agricultores tiveram uma perda de renda de R$ 17 bilhões.
Os problemas de queda de renda no campo também já estão tendo reflexos na atividade industrial. Segundo Freitas, os piores desempenhos industriais no ano passado foram nos dois principais estados agrícolas - Rio Grande do Sul e Paraná – “que tem sua economia fundamentada na agricultura”, assegura.
O ministro declarou que entende e conhece perfeitamente a situação do setor cooperativista e que a reunião tinha como principal objetivo encontrar meios para resolver o problema do cooperativismo agropecuário. “Eu preciso de sugestões de todos vocês para encontrar uma solução e atender os pleitos das cooperativas”, salientou Rodrigues. O secretário nacional de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ivan Wedekin, acompanhou a reunião e esclareceu algumas dúvidas, como por exemplo as dificuldades encontradas na contratação do Seguro Rural Agrícola.
As lideranças cooperativistas propõem que sejam usados recursos das Operações Oficiais de Crédito (OOC), do Tesouro Nacional, para apoiar à comercialização da safra, por meio de AGF (Aquisições do Governo Federal), EGF (Empréstimos do Governo Federal), entre outros mecanismos. “Precisamos liberar urgentemente esses recursos para acudir os produtores neste momento de depressão de preços”, afirma Freitas, apontando o câmbio e a taxa de juros como os principais responsáveis pela crise agrícola.
O presidente da OCB disse que os produtores precisam ter uma sinalização do governo federal, ainda em fevereiro, de que esses recursos serão liberados. Caso contrário, isso poderá ter reflexos no futuro, com uma redução da atividade rural. “Hoje, o pessoal está desanimado porque está vendo, mesmo antes da colheita, que não dará para pagar as dívidas. No Centro-Oeste, por exemplo, o milho está sendo vendido abaixo do preço mínimo.”
Também participaram da reunião os vice-presidentes da OCB, Ronaldo Scucato e Luiz Roberto Baggio; os presidentes das Organizações das Cooperativas dos estados do Paraná, João Paulo Koslovski; de Tocantins, Ruiter Pádua; do Mato Grosso, Onofre Cezário de Souza Filho; do Mato Grosso do Sul, Waldir Pimenta e de Goiás, Antônio Chavaglia. Edivaldo Del Grande, diretor do ramo agropecuário da OCESP, representou o presidente da entidade Evaristo Machado Netto, além da participação do superintendente do Sistema OCB, Marco Aurelio Fuchida e de representantes de cooperativistas e técnicos da OCB.
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