Cooperativistas se reúnem com presidente do Banco Central

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Com o objetivo de sensibilizar o Banco Central à situação vivida pelo cooperativismo agropecuário em virtude da crise financeira internacional, um grupo de aproximadamente 40 pessoas, entre líderes cooperativistas e parlamentares, participou de uma audiência na manhã desta quarta-feira (17/12) com o presidente do BC, Henrique Meirelles. A reunião aconteceu na sede do Banco, em Brasília (DF).

Participaram da reunião, além do presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas, os diretores vice-presidentes da OCB, Ronaldo Scucato e Onofre de Souza Filho, o secretário-executivo da instituição, Renato Nobile. Os presidentes de organizações estaduais do Sistema OCB, o presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), deputado federal Odacir Zonta, além dos deputados Luiz Carlos Heinze, Arnaldo Jardim e Carlos Melles que também fazem parte da Frente e representantes de cooperativas agropecuárias, também estiveram presentes.  

Cooperativismo - Márcio Lopes de Freitas, deu início a seu pronunciamento agradecendo a oportunidade e ressaltando os principais números do segmento como a participação de 40% das cooperativas no PIB agropecuário brasileiro e o envolvimento 830 mil famílias, além da geração direta de 250 mil empregos.

Em seguida, Freitas entregou a Meirelles um documento retratando as dificuldades pelas quais passam as cooperativas agropecuárias em conseqüência da crise, principalmente no acesso ao crédito para custeio e comercialização da safra. Freitas lembrou que apenas 27% da necessidade de crédito agropecuário são atendidos pelas instituições financeiras oficiais. “Com a saída das traddings do mercado e a retração dos bancos privados, as cooperativas passaram a assumir também o papel de distribuição de crédito para financiar a produção de seus associados”, disse.

Prioridades - Como parte do mesmo documento, o presidente do Sistema OCB ressaltou seis pontos considerados prioritários para mitigar os efeitos desse cenário e pediu apoio do Banco Central no atendimento a estas questões. Ele falou da necessidade da liberação de garantias excedentes para utilização de novas operações de crédito e da alocação de recursos de financiamento (capital de giro, ACC, comercialização, custeio da safra 2008/09, além da prorrogação das linhas de crédito rural vencidas e a vencer até setembro do próximo ano).

Freitas também citou a importância de uma política de correção dos preços mínimos, a formalização de um programa de capitalização para as cooperativas agropecuárias, o direcionamento de um percentual maior de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao setor, e ainda a liberação de créditos tributários junto ao governo.

Banco Central -  O presidente do Banco Central, Henrique Mereilles, se mostrou sensível à situação vivida pelas cooperativas agropecuárias, ressaltando que estão sendo tomadas as medidas necessárias para contornar este momento de dificuldades. “A crise é um fato, mas está sendo superada e o Brasil, neste contexto, ocupa uma situação melhor por ter, por exemplo, um sistema financeiro capitalizado e  um mercado consumidor forte”. Meirelles também lembrou as ações do Banco Central para mitigar os efeitos da crise como a liberação de compulsórios e linhas de ACC.

“Nós reconhecemos a importância do setor cooperativista e temos trabalhado para contribuir com o seu crescimento. Por isso, reafirmo nosso posicionamento em fazer o possível para atender as demandas hoje apresentadas”, disse Henrique Meirelles ao ressaltar que o cooperativismo é considerado prioridade. O presidente do Banco Central falou ainda de um acordo entre esta instituição e o Banco Central americano para a disponibilização de um volume maior de recursos para o mercado de crédito brasileiro, viabilizando o atendimento a questões como as da necessidade de crédito para as cooperativas e os produtores.     
 

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