Crédito Rural: Estímulo à produção e garantia da segurança alimentar global
O Brasil já reconhece seu papel como protagonista na segurança alimentar do mundo e, com a colaboração das cooperativas, as projeções do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para a safra 2031/2032 apontam para uma colheita de 340 milhões de toneladas de grãos. Com atuação expressiva do Sistema OCB durante seu processo de elaboração, o Plano Safra vigente (22/23) conta com o robusto o montante de R$ 340,88 bilhões. Segundo o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, o acesso ao crédito rural por meio de cooperativas de crédito é assertivo por sua capilaridade.
De acordo com ele, são 1,2 mil cooperativas do agro, que congregam 1,1 milhão de cooperados e outras 775 de crédito, com 11,9 milhões de cooperados, contribuindo com este desempenho. “Somos legítimos beneficiários do Crédito Rural. São as cooperativas de crédito que atuam prioritariamente junto aos pequenos e médios produtores pelo interior do nosso país. São elas quem estão possibilitando o adequado acesso ao financiamento de suas atividades e entendendo de perto a necessidade do produtor cooperado. Cabe ressaltar, que as cooperativas de crédito são as únicas instituições financeiras em 264 municípios agrícolas do país”, assegura Márcio.
A ex-ministra e deputada Tereza Cristina (MS) destaca que, entre as ações do Mapa, enquanto chefiava a Pasta (2019-2022), os agricultores familiares foram priorizados e as cooperativas têm parcela expressiva no fortalecimento do setor agro. Enquanto deputada e membro da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), ela permanece articulando por mais recursos e programas operados pelas coops.
“O cooperativismo esteve junto como o Ministério da Agricultura em diversas discussões para alavancar o agro brasileiro. E a Pasta, por sua vez, prioriza os pequenos agricultores, porque são eles quem têm mais dificuldade em tomar esse crédito. Desde o início de minha gestão, foram alocados quase R$ 40 bilhões à disposição dos pequenos agricultores de todo o nosso país. Graças ao movimento cooperativista, desenvolvemos importantes programas para reduzir vulnerabilidades provocadas pela pandemia. Há mais espaços para o cooperativismo continuar crescendo e fazendo ainda mais pelo Brasil. A questão dos fertilizantes, por exemplo, foi motivo de conversa com a embaixada do Canadá, em que eu reforcei que se tem um setor pronto para parcerias de produção é o cooperativismo”, considera.
De acordo com o último Censo Agropecuário do IBGE, as cooperativas representam 53% da produção agrícola brasileira. Ainda de acordo com a Instituição, 71% dos estabelecimentos rurais de produtores ligados a cooperativas são de perfil de agricultura familiar, o que evidencia a relevância do modelo cooperativo, principalmente na dinâmica com pequenos e médios agricultores.
Plano Safra 22/23 – O Plano vigente teve aumento de 36%, se comparado ao ano anterior. Deste valor, R$ 94,6 bilhões são direcionados para investimentos; R$ 53,61 bilhões para o Pronaf; R$ 6,19 bilhões para o Programa ABC. O Pronaf conta com taxa de juros de 5% para produção de alimentos e produtos oriundos da sociobiodiversidade e 6% para os demais produtos. Já o Pronamp conta com o volume de R$ 43,75 bilhões, com juros de 8% ao ano. O PCA, que financia investimentos para construção ou ampliação de armazéns conta com R$ 5,13 bilhões, e taxas de juros que variam entre 7% e 8,5%.