Diagnóstico do Ramo Habitacional contemplará ações da CHDI
Recife (8/7/16) – Pernambuco é um dos quatro estados selecionados para receber a visita da unidade nacional do Sescoop, cujo objetivo é fazer um levantamento do Ramo Habitacional no Brasil. A iniciativa faz parte de uma série de ações no sentido de fortalecer os ramos do cooperativismo e coletar informações para munir a representação junto aos órgãos do Poder Executivo, em Brasília-DF.
Além de Pernambuco, integram a programação os estados de São Paulo, Rio Grande do Sul e o Distrito Federal. A técnica indicada para acompanhar as ações, no estado foi Flávia Zerbinato, analista técnica e econômica da OCB. A primeira cooperativa a ser visitada foi a Cooperativa Habitacional de Desenvolvimento Imobiliário do Brasil (CHDI).
A CHDI é um dos destaques do Ramo no estado, e objetiva oferecer empreendimentos de qualidade a baixo custo para seus cooperados. A ideia de constituí-la surgiu do trabalho de conclusão do curso de MBA em Gestão de Cooperativas do Sescoop/PE, apresentado pelo seu atual presidente executivo, Frederico França, um dos alunos da turma à época.
A partir da ideia, houve a formalização e, em 2012, a cooperativa foi fundada com uma série de práticas exitosas que já viabilizaram a construção de dois conjuntos habitacionais, o Vitória I e o Vitória II; o primeiro já concluído e o segundo com previsão de finalização entre agosto e setembro, ambos localizados na cidade de Vitória de Santo Antão.
A analista Flávia Zerbinato acompanhou a apresentação realizada pelo presidente da CHDI, em sua sede, que focou a história, as principais estratégias adotadas e os empreendimentos da cooperativa. “Nosso objetivo nos estados é identificar casos de sucesso e formas de operacionalização, de maneira a viabilizar a definição de ações voltadas para o Ramo. Esperamos buscar a organização rumo à solidez, sempre em benefício dos associados”, afirmou.
Essa é uma oportunidade de promover a discussão de soluções para casos como o do Distrito Federal, onde os terrenos são escassos, que exigem mudanças e novas ideias. Nesse sentido, os órgãos do Executivo podem ser importantes parceiros. “Nós já integramos o conselho do ministério das Cidades e, com esse diagnóstico nos estados, teremos subsídios para solicitar recursos e até mesmo para pedir apoio ao ministro”, afirmou.
Uma das questões consideradas na reunião foi a importância de uma regulamentação específica para a Habitação, como já existe para o Ramo Trabalho, com a lei 12.690/2012. A ideia foi já suscitada em uma das reuniões do Ramo na unidade nacional e é uma proposta bem vista pela CHDI.
“Foi muito importante a presença do Sescoop porque eles podem entrar em contato e absorver exemplos, casos de sucesso, para conseguir implementar uma legislação mais adequada ao Ramo”, frisou Frederico França. O presidente da CHDI falou ainda sobre as suas perspectivas para o futuro do cooperativismo habitacional.
“O Ramo precisa se reinventar e implementar formas de autofinanciamento; mostrar que o cooperativismo pode fazer algo de qualidade e trazer muitos benefícios para a população; mas é preciso, sobretudo, inovar”, concluiu. A visita técnica continua hoje na sede do Sescoop/PE, com uma reunião sobre o Ramo, e deve seguir à tarde, na sede da Coabprovempe.
A CHDI – A cooperativa conta hoje com 49 sócios, mas o sistema de indicação de novos cooperados pelos próprios associados fortalece a organização ao mesmo tempo em que é garantida a capacitação na área de cooperativismo. Isso porque, os princípios cooperativas devem ser observados por todos os sócios e, em virtude disso, todos são orientados a fazer o curso, que, salvo raras exceções, é realizado no Sescoop/PE.
Alguns cooperados de outros estados que ingressam na cooperativa buscam outras opções de fazer a formação, a exemplo de cursos on line. Hoje, a cooperativa conta com associados que residem em Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Brasília. A cooperativa conta ainda com um fundo imobiliário, que concentra, anualmente, 35% das sobras enquanto que a destinação do restante é decidida em assembleia. Na última AGO realizada, os 65% que sobraram foram encaminhados novamente para a cooperativa.
Um dos diferenciais da CHDI é o planejamento prévio da realização do empreendimento, que adequa o imóvel a diversas oportunidades de utilização, considerando não apenas a possibilidade de moradia ou aluguel, mas também a participação no programa do governo federal, Minha Casa, Minha Vida. O Vitória I e o Vitória II, por exemplo, foram pensados considerando as dimensões exigidas pelo programa.
A escolha do terreno também é considerada com cuidado para valorizar os imóveis. Ambos estão localizados em local próximo ao shopping da cidade e também a um espaço que, em breve, deverá receber uma faculdade. Os prédios contam com 10 apartamentos cada e já passaram por inspeção de bombeiros e da prefeitura e possuem isolamento acústico e sonoro, além de preparação para ar condicionado. Os apartamentos do térreo possuem 52m² e os de cima 55m².
Outro diferencial oferecido aos associados é o bônus de indicação para que os cooperados possam contribuir com a venda de cotas a futuros associados. O benefício representa um desconto de 4% sobre o valor da cota individual e é cumulativo, podendo ser aplicado a cada indicação realizada. As cotas são divisões do valor estimado pela cooperativa para a realização do empreendimento.
Há também a garantia dos imóveis por até cinco anos e ainda a possibilidade de repasse de cotas, o que significa uma forma de desestimular a inadimplência. A cooperativa é também um bom exemplo de intercooperação, já que todas as contas correntes dos empreendimentos são abertas em cooperativas de Crédito.
Outros projetos da cooperativa já estão em andamento. O maior deles, avaliado em R$ 14 milhões, deve ser iniciado no início de 2017 e o lançamento está previsto para agosto deste ano. Trata-se do Village Rochdale, cujo nome é uma homenagem aos pioneiros do cooperativismo, que viviam em Rochdale, na Inglaterra. Localizado no bairro da Iputinga, no Recife, o terreno do empreendimento foi adquirido em forma de parceria e troca por algumas cotas a um dos mais novos associados da CHDI.
A cooperativa também pretende implementar em breve, também. O projeto Veraneio Compartilhado, que propõe a aquisição de flats localizados em quatro cidades turísticas, de forma que possam ser utilizados, em escala previamente definida, pelos cooperados. São 52 cotas para os quatro flats, que serão localizados em Muro Alto (Pernambuco), Búzios (Rio de Janeiro), Gramado (Rio Grande do Sul) e Fortaleza (Ceará).
A ideia surgiu de um levantamento realizado pelo presidente da CHDI sobre o uso realizado das casas de veraneio, que totalizou uma média de 4 semanas. Esse total foi distribuído ao longo do ano e revelou a potencialidade existente para que muitos cooperados pudessem usufruir de um mesmo imóvel durante o ano e também em destinos diferenciados. (Fonte: Assimp Sistema OCB/PE)