ENTREVISTA DA SEMANA: Vicente Nogueira

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Brasília (21/05) – Nesta semana, o Informativo do Sistema OCB ouviu o coordenador da Câmara do Leite do Sistema OCB, Vicente Nogueira, por ocasião do lançamento oficial da marca do Projeto Setorial de Lácteos (PS Lácteos) – a “B dairy”, ocorrido hoje. Segundo ele, o próximo passo, é a busca de mercados compradores. Para isso, ações como: participação em feiras internacionais e a promoção de visitas técnicas com técnicos de outros continentes para conhecer a cadeia produtiva de leite do Brasil, devem ser colocadas em prática. Confira a entrevista.

Quais as perspectivas para o futuro do setor?

Vicente Nogueira –
O Brasil, atualmente, é o quarto maior produtor de leite do mundo. Nos últimos 20 anos mais que dobrou a produção e cresceu 70% em termos de consumo. Ou seja, o setor lácteo brasileiro mostra um grande vigor tanto no lado da produção quanto no consumo. É um setor que tem vocação de crescer na produção, na industrialização e nas exportações. Hoje, nossas exportações são relativamente pequenas, embora tenhamos tido um excelente resultado no primeiro quadrimestre deste ano. Nossa vocação é, certamente, a de produzir e a de gerar excedentes para exportarmos nos próximos anos. Por isso, o PS Lácteos vem em um momento extraordinário.

Para onde o Brasil pode exportar sua produção láctea?

VN -
Os principais mercados estão no oriente médio, no sudeste asiático e na América latina. Mas só vamos alcançar esses países se agirmos de forma coordenada, mostrando o Brasil como produtor e exportar de produtos lácteos e o quanto a nossa atividade leiteira tem evoluído nos últimos anos. Neste quesito, a coordenação do Sistema OCB tem sido fundamental e, claro, com o apoio das indústrias cooperativistas ou não que participam desse projeto.

Quais os desafios que o setor lácteo brasileiro tem diante de si?

VN -
Os desafios são, principalmente, de mercado. Neste momento, temos uma produção crescente e o país começa a gerar excedentes. Temos o desafio de exportar e tirar o excedente do mercado. O próprio mercado doméstico precisa ter o seu consumo estimulado. É preciso promover o consumo dentro e fora do Brasil para que a nossa produção seja integralmente absorvida.

O governo federal tem estimulado o desenvolvimento setor por meio de políticas públicas?

VN -
Sim. Muito embora no Plano Agrícola e Pecuário 2014/2015 lançado na última segunda feira pelo governo federal percebemos que a expressão pecuária de leite ficou um tanto esquecida ao longo do documento. Entretanto, nas linhas de pecuária, há benefícios de crédito para custeio e investimento – especialmente voltadas a agricultura familiar, o que é elogiável – contudo, é necessário uma ampliação para beneficiar também os médios produtores.

Quais os próximos passos a partir do lançamento da marca “B dairy”?

VN -
Nosso desafio mais imediato é a conquista de mercados. Agora, que nossa marca está definida, ou seja, que temos uma identidade visual, precisamos elaborar nossos projetos vendedores, participar de feiras internacionais, mostrar nossos produtos, conhecer as empresas de outros países, trabalhar o projeto imagem, trazer pessoas de outros continentes para conhecer a cadeia produtiva de leite do Brasil, mostrar o que temos de melhor e encontrar um mercado comprador.

Qual sua avaliação sobre o trabalho de representação do Sistema OCB?

VN -
O Sistema OCB tem uma atuação extraordinária na atividade leiteira das cooperativas. Desde a formulação de informativos de mercado, contendo os relatórios diários de preços de queijo mussarela e leite longa vida que orientando o posicionamento das cooperativas, até a elaboração de estratégias de mercado.

No que diz respeito ao trabalho de representação em Brasília, nos temas mais importantes – como o PIS/Cofins recentemente trabalhado – há uma participação intensa. E para nossa felicidade, essa atuação tem dado bons frutos. Certamente, hoje, o Sistema OCB representa e apoia o cooperativismo de leite como nunca e está de parabéns por isso.

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