Exportações das cooperativas brasileiras crescem 14%

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No primeiro semestre de 2010, as cooperativas brasileiras mostram uma retomada de mercados e registram um aumento de 14% nos valores exportados, com um total de US$ 1,99 bilhão frente a US$ 1,74 bilhão no mesmo período, em 2009. Os indicadores fazem parte de um estudo realizado pela Gerência de Mercados (Gemerc) da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

Quando avaliado o volume das vendas externas, constata-se a quantidade de 3,78 milhões de toneladas (t), repetindo praticamente o mesmo resultado do primeiro semestre de 2009, quando foram embarcadas 3,76 milhões t. “Neste caso, houve um pequeno incremento de 0,5%, mas, quando analisado o valor das vendas, percebe-se um reflexo da tendência de recuperação dos preços das commodities no mercado internacional e o fechamento de novos negócios pelas cooperativas. Estão neste grupo países da Ásia, Oriente Médio e África, por exemplo. Vale dizer também da retomada de parcerias comerciais importantes com os Estados Unidos, Japão e Rússia”, avalia o presidente da OCB, Márcio Lopes de Freitas.

O gerente de Mercados da instituição Evandro Ninaut diz que a recuperação dos preços está diretamente relacionada aos países emergentes. “Esse processo é conseqüente da expansão dos principais países emergentes favorecidos pela sua demanda interna e da "blindagem" do seu sistema financeiro, fator primordial para estabilizar os efeitos dos ajustes externos ocasionados pela crise financeira internacional. Podemos citar ainda a depreciação do dólar, que também tem contribuído para preços mais elevados das commodities, já que alimenta a demanda – especialmente nos mercados emergentes – por bens primários”, diz.

Produtos exportados
Na pauta de exportações das cooperativas brasileiras, no primeiro semestre de 2010, o setor sucroalcooleiro figura em primeiro lugar, somando US$ 749 milhões. Neste grupo, estão o açúcar refinado (cana e beterraba), com US$ 388 milhões, o açúcar em bruto, com US$ 245 milhões e o álcool etílico, com US$ 115 milhões. O destaque fica para as exportações dos açúcares de cana em bruto, que obtiveram crescimento de 92% em relação aos primeiros seis meses de 2009. O processo decorre, principalmente, da quebra da safra indiana no ano anterior. O produto respondeu por 37% das exportações totais das cooperativas brasileiras, superando os 27% observados no mesmo período do ano anterior.
O complexo soja, tradicional produto exportado pelo segmento, aparece na segunda posição entre os produtos mais vendidos pelo setor, com um total de US$ 606 milhões. No entanto, o valor mostra uma redução de 8% frente a 2009, quando foram contabilizados US$ 662 milhões. Em seguida, está o complexo carnes, que apresentou um incremento de 28% em relação aos valores exportados e 1,8% no total de volume. No primeiro semestre de 2010, houve o registro de US$ 365 milhões e 179 mil toneladas, respectivamente. Este aumento é decorrente do bom desempenho observado nas vendas de carne de frango (US$ 211,7 milhões e 211 mil toneladas) e suínos (US$ 89,7 milhões e 35 mil toneladas).  

Mercados de destino
No que tange às 140 cooperativas exportadoras, no primeiro semestre de 2010, verificou-se uma recuperação dos principais parceiros comerciais, como Estados Unidos, Japão e Rússia. No entanto, países da Ásia, do Oriente Médio e da África também ganharam espaço nas relações comerciais e se consolidaram como grandes compradores dos produtos agropecuários das cooperativas. Os países asiáticos apareceram como o primeiro mercado de destino, com uma participação de 51% no primeiro semestre de 2010.

Os chineses foram os principais parceiros comerciais das cooperativas brasileiras, respondendo por 13,7% do total exportado, com US$ 273 milhões, valor 12,4% superior ao mesmo período do ano anterior. Em relação aos produtos embarcados para esse mercado, o complexo soja representou 92,69% (US$ 253 milhões) do valor total de produtos exportados para esse país, com uma pequena retração diante dos 94,82% do primeiro semestre de 2009, o que se deve principalmente a uma desvalorização de 5% no valor do farelo de soja. O setor de carnes (frango) contabilizou 5,18% (US$ 14 milhões), ganhando espaço frente aos 0,2% observados no ano anterior.

Já a Alemanha, apresentou crescimento de 9,7% em relação ao mesmo período de 2009, respondendo por 9% do montante exportado pelo cooperativismo, com o registro de US$ 182 milhões. Mais uma vez, o complexo soja se destaca, respondendo por 72,88% (US$ 132,6 milhões) dos valores negociados, frente aos 69,3% apresentados no primeiro semestre de 2009. Vale destacar ainda a valorização de 31% das carnes com processos de conservação baseados em salga, que representaram 9,14% (US$ 16,6 milhões) das vendas do segmento para os alemães, ocupando a terceira posição, logo após o café em grão (11,18% do"

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