Governo não deverá vender trigo armazenado em estoques públicos
O governo não deverá mais comercializar as 670 mil toneladas de trigo armazenadas em estoques públicos, como pretendia inicialmente. Desse total, 360 mil toneladas estão no Paraná, 195 mil toneladas no Rio Grande do Sul, 80 mil toneladas em São Paulo e o restante em outros estados. A medida foi deliberada nesta quarta-feira (20/05) durante a reunião da Câmara Setorial das Culturas de Inverno realizada em Brasília.
Também ficou decidido que o governo vai fazer leilões de Prêmio para o Escoamento de Produto (PEP) para 150 mil toneladas do grão produzidas no Rio Grande do Sul, para as regiões Norte e Nordeste. A Câmara deliberou ainda pela manutenção da tarifa de 10% da TEC (Tarifa Externa Comum) para importação de trigo de outros países.
Leilões VEP - "O Ministério da Agricultura também vai fazer um estudo para levantar a viabilidade de serem realizados leilões de VEP (Valor de Equalização de Preços) para venda de trigo estocado pelo governo no Paraná para abastecer as regiões Norte e Nordeste", informa o gerente técnico e econômico da Ocepar, Flávio Turra, que participou da reunião da Câmara Técnica. "Todas essas medidas atendem aos interesses dos produtores. Se o governo vendesse os estoques de trigo agora, poderia haver queda de preços e isso contribuiria para desestimular o plantio dessa safra.
A tendência é de que o mercado de trigo volte à normalidade, com os moinhos adquirindo o cereal dos agricultores e das cooperativas, já que não haverá venda, neste momento, por parte do governo", acrescenta Turra. Ainda de acordo com ele, no Paraná, o plantio de trigo já foi realizado em 50% da área prevista para esta safra, que é de um milhão, cento e setenta mil hectares - 2% a mais em relação ao ano passado. A produção prevista é de 3 milhões e 100 mil toneladas. (Fonte: Ocepar)