Grupo de Trabalho discute situação do leite no país
Brasília (12/12/16) – Integrantes do Grupo de Trabalho de Qualidade do Leite do Sistema OCB se reuniram na última quinta-feira (8/12), na Casa do Cooperativismo, em Brasília. Os principais assuntos discutidos foram o transporte de leite cru refrigerado e a utilização de reboques (transvase) nos procedimentos de coleta de leite.
O debate foi realizado com o objetivo de propor medidas de boas práticas no transporte, para viabilizar o uso do reboque nos processos de coleta de leite, com foco na segurança da qualidade. Na reunião também foram discutidos alguns pontos do novo RIISPOA, os quais as cooperativas precisarão estar bastante atentas, quando o novo Regulamento for publicado.
Representantes da Gerência Técnica e Econômica do Sistema OCB iniciaram o debate com uma breve apresentação sobre o novo RIISPOA e também sobre o que deve ser preconizado no transporte de leite cru refrigerado, incluindo a preponderância da qualidade no processo, os objetivos de um programa de coleta de leite seguro, os riscos biológicos mapeados no processo de coleta e, como viabilizar o uso de reboque (transvase) sem comprometimento dos princípios da segurança alimentar.
Em seguida foi aberta a discussão sobre itens importantes a serem considerados para uma eventual normatização do uso de reboque (transvase). Os representantes das cooperativas contribuíram significativamente com a discussão, colocando suas experiências e visões sobre o uso de reboques. O consultor do Sistema OCB, Nelmon Costa, trouxe para o debate a visão dos princípios da inspeção industrial, e pontos importantes que outros agentes do setor tem discutido sobre a utilização de reboque.
Ao final da discussão, o grupo elencou os seguintes pontos como essenciais para o uso de reboque na coleta de leite, com foco na segurança da qualidade:
• Utilização de equipamentos com alto grau de segurança (mecânica ou eletrônica), em que o leite só será manipulado no estabelecimento com SIF.
• Equipamentos com monitoramento (via GPS e outros métodos eletrônicos).
• Pontos de transvase relacionados em documento da cooperativa e informados ao SIF.
• Transvase realizado somente em circuito fechado e por baixo (equipamento apropriado para CIP eficiente).
• Retorno diário de todos os veículos ao estabelecimento para descarga e realização do CIP.
• Utilização de tanques com capacidade isotérmica que não permita o aumento de mais de 1ºC a cada 12 horas, atenda às demais especificações estabelecidas em normas e legislação vigentes e, em bom estado de conservação.
• O processo deve possuir registros físicos (vales) ou eletrônicos (coletores de dados) para efeito de rastreabilidade.
• Constar em planos de autocontrole o programa de gestão da qualidade do processo e da qualidade do leite na recepção.
Em seguida foi discutida a caracterização do leite no novo RIISPOA, o grupo reforçou a importância de nos artigos em que são apresentadas as características do leite, seja suprimido o termo “normal” e mantido somente “leite”. Dessa forma, não haverá entendimento equivocado da utilização ou recebimento de leite anormal.
Ainda neste item, o GT entendeu que os parâmetros de Contagem Bacteriana Total (CBT) e Contagem de Células Somáticas (CCS) não devem ser usados como critérios para o recebimento de leite. O grupo considerou que estes, e outros parâmetros de qualidade da IN 62, são fundamentais para a auditagem dos programas de autocontrole e melhoria da qualidade do leite dos estabelecimentos industriais.
Ao final da reunião todas as considerações do grupo sobre a utilização do reboque (transvase) foram consolidados em um ofício, para ser encaminhado ao Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA).
ENCAMINHAMENTO – No dia seguinte, durante reunião no Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (DIPOA) do MAPA, o Sistema OCB entregou ao diretor do DIPOA/MAPA, José Luis Vargas, o ofício com as considerações para normatização do transporte do leite cru refrigerado utilizando reboque (transvase).
Durante a reunião, o Sistema OCB dialogou sobre a importância do transporte para a qualidade do leite e como o reboque pode ser utilizado dentro deste processo. O diretor do DIPOA acolheu as considerações e reforçou a importância das cooperativas e seus cooperados entenderem suas responsabilidades quanto a qualidade do leite.
Ao final da reunião ao ser questionado sobre a revisão final do RIISPOA, o diretor do DIPOA informou as bases da estrutura do regulamento, em consonância com as proposições discutidas pelo Sistema OCB anteriormente e, na reunião, mencionando que o texto seria enviado a Consultoria Jurídica do Mapa para análise e encaminhamentos.