Importação de trigo cai em volume e em receita

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O Brasil importou menos trigo em 2009. Números fechados pelo Ministério da Agricultura, com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), mostram importação de 5,445 milhões de toneladas do grão nos 12 meses do ano passado, ante 6,032 milhões de toneladas em 2008. Os gastos somaram US$ 1,2 bilhão. Em 2008, quando os preços estavam mais altos no mercado internacional, a importação custou à indústria US$ 1,8 bilhão (preços FOB, sem considerar impostos, taxas e frete).

A Argentina continuou liderando o fornecimento em 2009, mas vendeu 1 milhão de toneladas a menos que em 2008. Foram 3,215 milhões de toneladas no ano passado ante 4,234 milhões de toneladas em 2008. Com a menor oferta de trigo argentino ao longo do ano, outros países embarcaram mais para o Brasil, principalmente o Uruguai, de onde vieram 863 mil de toneladas, ante 91 mil toneladas no ano anterior. O Paraguai embarcou 820 mil toneladas, contra 527 mil toneladas em 2008. Canadá e Estados Unidos também foram fornecedores, com 302 mil toneladas e 218 mil toneladas, respectivamente.

As exportações somaram no ano 384 mil toneladas, abaixo das 640 mil toneladas do ano anterior. Estados Unidos e países da África foram os principais destinos do cereal brasileiro. Por enquanto, os embarques de trigo, resultado dos leilões de Prêmio para Escoamento de Produto (PEP), são incipientes. Em dezembro, as exportações somaram apenas 180 toneladas, a maior parte para o Japão.

Os moinhos brasileiros têm estoques de trigo suficientes para moagem até meados de março, segundo participantes do mercado. Muitos têm a receber trigo importado da Argentina e alguns começam a olhar o mercado americano, potencial fornecedor da matéria-prima. No mercado interno, não há comercialização de trigo fora dos leilões de PEP. Na semana passada foram negociadas 247 mil toneladas das 474 mil toneladas ofertadas em nove Estados. No leilão destinado exclusivamente ao mercado interno, com oferta de 224 mil toneladas, foram arrematadas 163,8 mil toneladas. A demanda foi maior no Paraná, onde saíram 91 mil toneladas das 110 mil toneladas, e no Rio Grande do Sul, com negociação de 64,8 mil toneladas das 70 mil toneladas ofertadas.

No leilão no qual a subvenção é dada para escoamento do trigo do Sul para o Norte e o Nordeste e/ou o mercado externo, a demanda foi para 83.170 toneladas das 250 mil toneladas ofertadas. Houve interesse por 25 mil das 80 mil toneladas de trigo do Paraná, 49 mil toneladas das 150 mil toneladas de trigo gaúcho e 9 mil toneladas das 20 mil toneladas de trigo de São Paulo.
O governo já confirmou novo leilão para amanhã, com oferta de 474 mil toneladas. (Estado de S. Paulo )
 

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